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segunda-feira, 2 de março de 2009

O EFEITO HALO



O efeito halo é um clássico da psicologia e se refere como a avaliação que fazemos de uma pessoa está influenciada por juízos prévios, dos que às vezes nem sequer temos noticia.

Um exemplo típico é considerar que uma pessoa bela, ademais é talentosa ou inteligente ou o inverso, que um homem feio por isso é mau ou perigoso. Porém o mais curioso deste efeito é que é difícil de modificar, quando se apresenta evidencia contraria ao juízo realizado.


A respeito deste tema é muito interessante o estudo realizado por Nisbett e Willson. Estes investigadores levaram a cabo o seguinte experimento: Tomaram dois grupos de sujeitos -alunos da universidade- e a cada um mostraram um vídeo de um professor numa classe. O professor era o mesmo nos dois vídeos, e levava um forte sotaque Belga, porém em cada vídeo se comportava em forma diferente: em um era amável e tranqüilo ao responder as perguntas dos estudantes e no outro era autoritário e grosseiro. Um grupo só viu ao personagem “bom”, e outro só viu ao personagem “mau”. Una vez que cada grupo viu o vídeo correspondente, se pediu que avaliassem o atrativo físico do professor. Por suposto, o grupo que viu o vídeo do “bom” professor o classificou como mais atrativo (incluso o sotaque como mais encantador) que o grupo que viu o vídeo do professor mau. Isto confirmava para os investigadores a presença do efeito halo no juízo que faziam os sujeitos do professor, porém a novidade que veio a agregar o estudo é que quando se sugeriu aos sujeitos que quiçá sua avaliação do atrativo físico estava influenciada pela forma de comportar se do professor, se recusaram a sopesar isto e continuaram convencidos de que seu juízo havia sido emitido com objetividade...


Isto demonstra o pouco que sabemos sobre aquilo que influencia nossa avaliação das pessoas e do mundo, ainda quando acreditamos fazer juízos de valor objetivos, e quão relutantes nos mostramos a cambiar nossa forma de pensar.

Aproveitando os conhecimentos sobre a mente humana, estes fenômenos são utilizados em diversos âmbitos, como a publicidade. Que saiam modelos estupendos não é pelo mero desfrute do espectador. Buscaram-se as características determinadas que se deseje se "transladem" ao produto: beleza, atrativo, seguridade...

Se tem estudado também nos juízos com jurado, para saber a forma de apresentar ao acusado para que os membros deste lhe julguem favoravelmente.

Sem embargo, mais além do âmbito do estudo ou sua aplicação comercial, o efeito halo também é um importante objeto de reflexão sobre nosso comportamento "do dia a dia".

Há pessoas que dizem isso de "se me dá muito bem catar à gente com só um olhar" ou "dá pra ver"...

Más além dos estereótipos, que também nos influem muito, julgamos á gente a partir de um só rasgo, generalizando-o a outros âmbitos?


Para conosco, nosso comportamento sempre é situacional, é dizer, condicionado aos fatores externos. Atuamos de uma determinada maneira porque as circunstâncias o requeriam assim. Quando julgamos a outros, habitualmente inferimos fatores internos: atua assim porque é assim. Este outro efeito, relacionado com o efeito halo, nos levam a gerar "teorias" sobre alguém, sobre sua personalidade; que resultam muito difíceis de cambiar.


Assim que, antes de categorizar a alguém como antipático, mal educado, estúpido o demais qualificativos que acreditamos temos direito a opinar sobre alguém, será bom tratar de analisar os motivos que nos conduziram a configurar essa opinião; se as premissas que nos levam a essa conclusão são verdadeiras ou falsas ou assegurar-nos de que ao concluir não temos cometido algum erro "lógico"...

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