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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

AGIR ou REAGIR






O colunista Sydney Harris conta uma história em que acompanhava um amigo à banca de jornal. O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de Harris sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro. Quando os dois amigos desceram pela rua, o colunista perguntou:

- Ele sempre te trata com tanta grosseria?
- Sim, infelizmente é sempre assim.
- E você é sempre tão polido e amigável com ele?
- Sim, sou.
- Por que você é tão educado, já que ele é tão inamistoso com você?
- Porque não quero que ele decida como eu devo agir.


Este diálogo me faz pensar no modo como cada pessoa pode exercer sua influência pessoal desenvolvendo sua capacidade de autodeterminar-se, e agir conforme ela mesma decidiu ser. Todos nós somos livres para escolher e decidir o modo de vida que queremos ter, e, independente do outro, ou do modo como estivermos nos sentindo num determinado momento, sermos capazes de agir com segurança e amabilidade, dominando-nos a nós mesmos. Embora possa parecer, isso não quer dizer que não devemos expressar nossos sentimentos. Não podemos ignorá-los pois corremos o risco de perdermos contato conosco mesmo, com nossas próprias qualidades humanas. Sentir é uma característica fundamental do ser humano, e não só nos pensamentos, mas na maneira como nós sentimos e nos expressamos, que somos diferentes uns dos outros.

Conviver é difícil. O outro está sempre presente em nossa vida, trazendo alegrias, preocupações ou aborrecimentos. Não podemos evitar a convivência em família, no trabalho, na faculdade, tampouco com aqueles que prestam serviços para nós. Quantas vezes insistimos em criticar o outro, exigindo atitudes e comportamentos iguais ao nosso, porque gostaríamos que ele tivesse os nossos valores e princípios, pensasse igual, ou fosse tão educado quanto nós. Ou ainda, queremos receber expressões de amor e afeto da mesma maneira que demonstramos. Mas também no amor, cada um tem sua própria maneira de expressar e demonstrar o amor que sente.

Outro dia ouvi de alguém: -“Não cobro do outro aquilo que não posso esperar de mim”. Está certo? Parece, mas não está. Porque eu sou eu, o outro é o outro. Aquilo de que sou capaz, o outro talvez não seja, porque ele é diferente de mim, e certamente não vou encontrar ninguém igual a mim. As experiências de vida de cada um de nós são diferentes, e mesmo entre irmãos, as mesmas experiências são percebidas de modo diferente. Sendo assim, cada um tem seu jeito próprio de expressar seus sentimentos e emoções, tanto as positivas, quanto as negativas. Mas não basta não cobrar, é importante aceitar o outro como ele é, e deixá-lo ser como ele quer ser. Não é necessário comprender os seus motivos e razões, nem mesmo concordar com ele. Para aceitar o outro, primeiro é preciso conhecer-se a si mesmo, seus próprios sentimentos e pensamentos, suas emoções e reações. Isto é, a sua própria maneira de sentir, pensar e se expressar, reconhecendo como legítimos os sentimentos e pensamentos que tem. Conhecendo-se, poderá aceitar-se, permitir-se ser como é, e aceitar o outro com suas diferenças, podendo até compreender sua realidade existencial, seus sentimentos e pensamentos. Ou simplesmente aceitá-lo, se não puder compreender.

Você pode viver a possibilidade de ter o comando de sua própria existência. Pode desenvolver-se e conquistar uma vida mais autêntica, autônoma e autodeterminada, ser seguro e compromissado consigo mesmo, tanto no nível dos sentimentos, quanto dos pensamentos e ações. Quando você se conhece e aceita seu próprio jeito de sentir e se expressar, e é autor dos seus próprios pensamentos e ações, está se fortalecendo internamente, para cada dia escolher viver agindo e não reagindo, sendo ator e não expectador de sua existência.

“As possibilidades são inúmeras quando decidimos agir e não reagir”. (George Bernard Shaw)

Fonte: http://www.blog.psicoevida.com/2010/10/agir-x-reagir.html


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