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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL E TRADUÇÃO



Chegou a minhas mãos uma monografia de Gabriela Palermo “EL ROL DEL TRADUCTOR COMO MEDIADOR CULTURAL EN EL PROCESO DE COMUNICACIÓN INTERCULTURAL” - Universidad del Aconcagua, Escuela Superior de Lenguas Extranjeras, Licenciatura em Inglês, Mendoza, 2011.
Como o tema me resultou interessante desejo compartilhá-lo com vocês.

O tradutor como mediador intercultural


Os tradutores para poder traduzir, adquirimos ferramentas e desenvolvemos capacidades para desempenharmos como mediadores entre duas culturas com distintos valores, tradições e crenças.
O tradutor transmite conhecimentos, vivencias e emoções entre distintas nações que não compartilham a mesma língua; é por isto que o tradutor se converte num participante essencial no processo de comunicação entre os interlocutores que não podem estabelecer um contato direto.
As comunicações interculturais apresentam desafios devido às grandes diferencias estabelecidas entre os sistemas sociais. Frente a esta situação, o profissional deve decidir como solucionar os problemas culturais que surgem e realizar pressuposições acertadas; é dizer, deve reconhecer que conceitos culturais compartem o leitor do texto fonte e o leitor da tradução e que conceitos são necessários aclarar para atingir uma maior compreensão do texto traduzido
A tradutora Rosa Luna em seu livro “Temas de traducción” diz: “a atividade tradutora se desenvolve em torno da diferencia” (2002: 35); também sustém que cada sistema linguístico têm suas próprias características, e que a missão do tradutor é lograr diminuir esta alteridade linguística e resolver os conflitos que se apresentam em sua tarefa. Expressa, ademais, que o profissional da língua deve intentar “se apropriar do outro”.
Também apresenta dois métodos de tradução que refletem a relação entre cultura e língua.
O primeiro método, a estrangeirização ou tradução “exotizadora”, considera que “fazer compreender ao outro” implica manter as diferencias culturais. O fim deste método é lograr que o leitor abra sua mente a uma visão do mundo diferente à própria e incorpore conhecimentos novos a través de prefácios, notas do tradutor, paráfrases intratextuais, glossários e outros recursos explicativos
O segundo método de tradução proposto está meramente relacionado com a naturalização. Os tradutores que optam por este método se apropriam da alteridade cultural e realizam uma adaptação global, familiarizam os termos e neutralizam os rasgos estilísticos a fim de que o leitor compreenda a mensagem com a maior claridade possível.
Por um lado, a criatividade tradutora legitima à apropriação, por outro, a tradução duma obra favorece ao texto original porque respeita o sentido, a intenção e duplica a autoria do escritor. A fim de ser criativo, o profissional deve ter em conta distintos aspectos onde se manifesta a alteridade, como a cultura forânea que reflete os distintos padrões culturais; a diferença espacial e temporal entre o texto de origem e o texto alvo e a ideologia que pode compartilhar ou não o autor com o tradutor.
Também deve considerar a diferença de género entre o autor e o tradutor, é possível que um tradutor masculino deva traduzir textos feministas ou escritos por uma mulher.
As diferencias idiolectais entre textos e o par idiomático para traduzir são dois aspectos onde a alteridade também se observa. Por exemplo, não é o mesmo traduzir entre línguas romances (do português ao espanhol) que duma língua anglo-saxã a uma romance (do inglês ao espanhol).
O tradutor também se enfrentará a saberes não compartidos, é dizer, à tradução de textos cujos temas não são conhecidos por ele. O comunicador intercultural deve manipular todos estes aspectos, para lograr que o texto alvo funcione numa sociedade com parâmetros culturais diferentes aos do texto de origem.

Conclusão
A labor do tradutor é imprescindível para comunicar diferentes culturas; um profissional da comunicação intercultural é um conector entre mundos diversos.
O tradutor tem prestado seus serviços ao longo da história e isto se reflete na transmissão de obras ilustres como a Bíblia, trabalhos de Aristóteles, Platão e Sócrates, filósofos que marcaram a história da humanidade.
A tradução participou no conhecimento do Novo Mundo, América; aborígenes, qualificados injustamente como bárbaros e ignorantes, transmitiram com sua interpretação a enriquecedora cultura do continente americano e deram a conhecer grandes civilizações que portavam conhecimentos valiosos que identificam uma forma distinta de vida.
Grande parte do traspasso de saberes e progresso da humanidade se deve à intervenção dos tradutores nas distintas etapas da história. Este traspasso de saberes não somente se circunscreve ao conhecimento senão que abarca, ademais, todos os aspectos culturais próprios dum povo, expressados na língua.
Por séculos, a língua tem revelado a cultura dos grupos humanos do mundo todo. Quando uma pessoa fala, consciente ou inconscientemente, transmite sua forma de ver o mundo, suas tradições e costumes, seus gostos e desagrados. Um falante porta sua cultura onde queira que vai e é imprescindível que outros falantes compreendam sua mensagem no momento de entabuar uma comunicação. O tradutor é um participante ativo e indispensável numa comunicação intercultural, já que os falantes não podem se compreender sem sua intervenção. Este profissional se encarrega de realizar os traspasses culturais adequados, realiza pressuposições acertadas e tem em conta a intertextualidade entre as mensagens para lograr uma comunicação fluida; ademais, a través de sua criatividade tradutora, encurta a brecha cultural entre os falantes. Esta mediação do tradutor simplifica a comunicação intercultural, já que o profissional têm em conta as culturas onde estão imersas as línguas do trabalho de tradução.
Um tradutor profissional é considerado leitor da língua de origem, mediador entre culturas e escritor na língua alvo, devido a que se adapta à função que um texto deve cumprir no texto de chegada, o skopos. O profissional intercultural não lê o texto fonte para se informar, o lê porque deve transmitir a mesma ideia em outra língua e para atingi-lo têm em conta os diferentes constituintes dum ato tradutor, como o iniciador e produtor dum texto, o receptor da tradução, os sistemas linguísticos e as normas que estes estabelecem. O tradutor é o leitor ideal do texto de origem, compreende as implicações e suposições realizadas; realiza um análise da obra a traduzir e conjuga a interpretação do texto com sua criação para produzir um texto novo, fiel ao original, dentro dum sistema linguístico diferente.
Como especialista em comunicação intercultural, o tradutor possui uma perspectiva bi cultural, conhece técnicas e estratégias de tradução. Também adquire uma competência tradutora a través dum processo de aprendizado dinâmico que evolui com o tempo e a prática. Esta competência se baseia principalmente na reestruturação e o desenvolvimento do conhecimento declarativo y procedimental; ademais, está conformada por componentes fisiopsicológicos e subcompetências que se inter-relacionam entre elas, cada uma destas subcompetências contribui com o crescimento do tradutor como profissional linguístico.
O tradutor sabe algo mais que duas línguas, conhece culturas diversas e mundos com perspectivas diferentes. É um profissional que adquire conhecimentos, aplica estratégias e apreende recursos para poder participar com eficiência numa comunicação intercultural. Sua perspectiva cultural lhe permite realizar diversas interpretações e pressuposições ao momento de ler o texto original e sua criatividade tradutora é uma ferramenta valiosa para produzir um texto para o leitor de chegada. Desde esta perspectiva e considerando suas características e funções, o tradutor é um elo entre sistemas linguísticos distintos, um ponte conetor e um mediador cultural por excelência.

Leia mais: http://bibliotecadigital.uda.edu.ar/objetos_digitales/228/tesis-1244-el.pdf

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