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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

FORMAÇÃO CONTINUADA









“Diz a lenda que uma vez, um jornalista entrevistou ao homem considerado o mais sábio do mundo. Depois de muitas outras perguntas e para finalizar a reportagem o jornalista perguntou: Por favor, o senhor pode me falar onde estudou? quem foi seu mestre? onde se formou?
O sábio, com um sorriso, respondeu: Todas as pessoas com as quais tive a fortuna de interagir durante minha vida eram, em muitos aspectos, superiores a mim. E dessa superioridade eu apreendi”
. Texto anônimo.


Formação continuada

Na atualidade, a cada dia aumenta exponencialmente a quota de informação e os câmbios se sucedem quase imediatamente.
Você nunca acaba de aprender, e no oficio se aprendem coisas que a escola não ensina.
Estas são duas verdades irrefutáveis, embora retornar a sala de aula cada vez se volta mais necessário.
Assim como a realidade: os modelos de negócio, a forma de fazer comunicação, os procedimentos médicos e muitas tarefas mais; variam com o tempo.

Outro aspecto da realidade do mercado laboral atual, qualquer seja o campo, é que cada dia se volta mais específico.
Um profissional hoje não “necessita saber um pouco de tudo” senão “saber muito de pouco”.
Quanto mais aprofundado o conhecimento mais valioso é.

Esta é uma necessidade do mercado que as universidades procuram satisfazer elaborando programas académicos que brindam uma formação focalizada.

A tradução não é uma exceção, a importância da capacitação continuada no âmbito profissional da tradução é uma necessidade,
«Alcançar uma tradução de qualidade» é o objetivo.

A tal fim, convém destacar o uso das palavras processo e produto no âmbito da tradução, como fazem Hatim e Mason (1995, 13) *:

“Os leitores têm ante eles um produto acabado, o resultado dum processo de tomada de decisões; não têm, pois, acesso às vias que levaram a essas decisões, aos dilemas que o tradutor teve que resolver. O que é susceptível de escrutínio é o produto acabado, o resultado duma prática tradutória, mais que a prática propriamente dita. Dito de outro jeito, o que se contempla é a tradução como produto e não o traduzir como processo”.

Porém, como se define a qualidade duma tradução?

O tradutor chileno Richard Pérez-Mongard em seu blog http://www.sinclavos.cl nos oferece seus CONSELHOS PARA CLIENTES



Como avaliar a qualidade duma tradução?
Autor: Richard Pérez-Mongard - http://www.sinclavos.cl/evaluar_traduccion.php
Fecha: 02/Ago/2011

Você é um cliente que quer traduzir um texto, desde um idioma que não conhece para seu próprio idioma. Como avalia que a tradução realizada pelo tradutor é de boa qualidade se não conhece o idioma do texto original e não tem experiência como tradutor? Se a tradução é muito ruim, só uma olhada ao texto lhe dirá se seu tradutor é um amador. Porém, se, se concede que não exista a tradução perfeita, e o que procuramos é o justo valor por nosso dinheiro, Como avaliamos que a tradução entregue por nosso tradutor é o justo valor?

Para poder responder esta pergunta primeiro devemos estabelecer que seja uma tradução de boa qualidade, e para poder fazer isto devemos definir que vamos a avaliar e que é um texto.

Embora pareça obvio um texto não é só uma série de palavras corretamente enlaçadas; mais que isso, é uma série de mensagens que se desejam transmitir, e por tanto o que devemos avaliar é a aptidão da tradução para transmitir ditas mensagens.

Assim a qualidade dum texto se pode avaliar sobre dois aspetos: 1) sua INTELIGIBILIDADE (a tradução é compreensível) e 2) sua FIDELIDADE (a mensagem transmitida pela tradução reflete com exatidão a mensagem original).

Assim pode acontecer que um texto ininteligível seja traduzido com grande fidelidade, porém produzindo um texto ininteligível, ou um texto muito inteligível seja traduzido com baixa fidelidade e ainda assim produzir um texto altamente inteligível. Ambos os textos são de baixa qualidade, o primeiro porque o tradutor não falou com o cliente para resolver os problemas de inteligibilidade do original antes de traduzir, produzindo algo ininteligível (não me pergunte como o fez), e o segundo porque, ou faltam algumas das mensagens do original, ou a tradução entrega mensagens diferentes aos que expressava o original.

Lamentavelmente, avaliar a qualidade duma tradução em função de sua inteligibilidade e fidelidade, segundo um estudo experimental (1), requer o trabalho de pelo menos três ou quatro avaliadores, devido a problemas de subjetividades individuais. Ademais, é evidente que para avaliar a inteligibilidade são preferíveis os avaliadores monolíngues (não estão influenciados pela leitura do original) e para avaliar a fidelidade são necessários os avaliadores bilíngues.

Assim, para um cliente padrão é impraticável fazer uma avaliação experta ou pericial duma tradução. Embora, se a tradução é para o idioma que conhece o cliente, poderá avaliar, em alguma medida, sua inteligibilidade atuando como revisor monolíngue (proofreader), e se lhe entregam ambos os textos a uma pessoa bilíngue (outro tradutor) poderá avaliar, em alguma medida, a fidelidade da tradução.

Quando o tradutor é um fornecedor de serviços recorrente e a qualidade de seu trabalho é conhecida, seja porque tem sido avaliada previamente ou os serviços entregues tem cumprido as expetativas do cliente, em alguns casos poderá bastar a auto revisão por parte do mesmo tradutor.

Em aqueles casos onde o texto a traduzir é nevrálgico ou pode ter consequências legais, e especialmente se o tradutor não demostrou previamente suas competências no campo de dito texto, é altamente recomendável fazer revisar a tradução por outro tradutor, ainda que isto incremente os custos.

A norma UNE-EN 15038 estabelece como requisito que toda tradução deve incluir uma etapa de revisão realizada por um terceiro diferente ao tradutor, embora, estas normas de acreditação têm sido elaboradas para regular as práticas de empresas e agencias de tradução onde o manejo de grandes volumes de trabalho as faz mais propensas a cometer erros. Um tradutor independente tem um processo de trabalho distinto, o que não significa que não seja conveniente dispor de revisões por terceiros.

Que elementos definem a inteligibilidade?

- Leitura clara e fácil, sem problemas de estilo.

- Ausência de erros gramaticais

- Uso da terminologia usual para a especialidade.

- Sintaxes sem erros.

- Mensagens transmitidas com claridade. Não é necessário reler para entender.


Que elementos definem a fidelidade?

- A tradução expressa os mesmos significados das mensagens do original.

- Não há pequenos mal-entendidos ou interpretações erradas de frases ou palavras.

- Todas as seções traduzidas em forma completa (em alguns casos o tradutor pode dividir um parágrafo em dois, ou unir dois parágrafos em um só, com o fim de evitar problemas de ininteligibilidade).


Por que se requerem tantos avaliadores para fazer uma avaliação experta?
Porque ao avaliar a inteligibilidade e fidelidade duma tradução influem muitos fatores subjetivos, como a educação e competências dos avaliadores, sua experiência, seus padrões culturais, seus valores, sua orientação linguística, etc.


É possível fazer avaliações objetivas duma tradução?
Uma das principais avaliações objetivas tem uma origem subjetiva. Este passo implica que a tradução seja inteligível para o cliente. Se a tradução é para o idioma do cliente ele poderá avaliar se é inteligível ou não. Embora sua avaliação seja subjetiva, só ele, ou os leitores que ele representa, são os que podem avaliar se compreendem as mensagens que se expressam na tradução. Alguém poderia dizer que um cliente pode ter problemas de compreensão da leitura, porém é mais provável que seja porque o tradutor não se esmerou em redigir com maior claridade (os prazos de entrega muito urgentes, ou a pressão que um tradutor se auto inflige são a causa principal de problemas como este). Em todo caso, este só é um aspeto da qualidade duma tradução.

Outros fatores objetivos que podem ser avaliados pelo cliente são os seguintes:

- erros de ortografia

- erros de pontuação

- erros de sintaxes

- erros gramaticais

- não cumprimento de convenções ou instruções

- uso de palavras equivocadas cujo significado evidentemente não tem relação com o contexto.

- consistência no uso da terminologia ao longo do texto.

- erros de formato, fontes e desenho ou diagramação.

Quanto mais erros têm um texto, menor será sua qualidade; embora algum tipo de erros fosse críticos e outros têm uma importância muito inferior. Um linguista purista será mais exigente que um pragmático, e o que é crítico para um pode não sê-lo para o outro. Com tudo, ambos deveriam concordar em que se um erro modifica o sentido duma frase (a mensagem), é um erro maior. Se um erro pode causar conflitos legais, dano à saúde ou problemas de segurança, é um erro crítico. Todos os demais até poderia ser tolerável. Embora, e ainda tal vez não se possa classificar como crítico, um texto cuja sintaxe faz necessário volver atrás para ter uma adequada compreensão, em longo prazo pode ser difícil de tolerar, e por tanto pode não cumprir seu objetivo.

As medições quantitativas de qualidade tratam de determinar um índice ou indicador de qualidade, o qual pode ser útil para fazer comparações entre traduções (como na avaliação de tradutores), porém não permitem determinar se uma tradução é boa ou ruim, já que não se pode estabelecer um valor baixo o qual uma tradução deixa de ser boa, é dizer deixa de cumprir seu objetivo ou o que se conhece como “aptidão de uso ou aptidão para seu fim” (Fitness for use). Ao fim, a qualidade duma tradução é um assunto subjetivo, e quanto menos avaliadores mais subjetivo é.


As convenções idiomáticas são imutáveis?
Quando as convenções idiomáticas do idioma da origem são distintas às do idioma para o que se deve traduzir, pelo geral, se deveriam respeitar as convenções do público leitor da tradução. Embora, em alguns casos as convenções da origem podem trazer uma mensagem implícita, especialmente os textos de carácter publicitário e os textos para sites web, onde as transgressões às normas são uma forma de atrair a atenção às palavras ou mensagens chaves. Por isto a avaliação das convenções deve se fazer dentro do contexto da origem, porém considerando ao público leitor.

Pode-se usar o corretor gramatical de Word para avaliar um texto?

Grosso modo sim, mas só se você usa a cabeça também, porque, como toda máquina, Word não pensa.

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Referencias:

(1) Language and Machines, Computers in translationand linguistics. Automatic Language Processing Advisory Committee, National Academy of Sciences, Wash. 1967. (www.nap.edu/openbook.php?record_id=9547&page=67)

(2) Norma de qualidade UNE EN-15038:2006. www.en-15038.com/

* Basil Hatim & Ian Mason : The Translator as Communicator; Leo Hickey (ed.)

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