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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
RESPONSABILIDADE SOCIAL
“A RSE há fracassado...”
Julho 2010
Entrevista a Wayne Visser.
Existem muitas maneiras de apresentar a Wayne Visser. Por seus títulos. Por seus antecedentes laborais. Pela quantidade de livros publicados. Quiçá a melhor maneira seja que é um dos poucos Gurus da Responsabilidade Social Empresaria e a Sustentabilidade que se anima a por em palavras fortes aquilo que é difícil de admitir, “A RSE há errado”.
Dias atrás visitou Argentina, convidado por ReporteSocial.com, para falar sobre as oportunidades e desafios de impulsionar o câmbio a través da sustentabilidade nas pessoas, organizações e a sociedade em seu conjunto. Entrevistado por Visão Sustentável, durante o encontro organizado por AgendarRSE, foi categórico em afirmar que “se temos êxito em admitir o fracasso da RSE e enterrar o passado, podemos encontrar-nos na cume duma revolução”. Por este motivo, acredita que as implicâncias para a sustentabilidade e a RSE é fazer câmbios fundamentais dado que qualquer outra coisa que se realize será inútil.
Próximo apresentar seu décimo livro “A Responsabilidade Social 2.0 e o novo ADN dos negócios” assegura que “estamos num momento extraordinário depois da crise financeira mundial, e este nos diz que o sistema econômico financeiro atual não é sustentável. É um momento em que temos que reformar o sistema e questionar o tipo de capitalismo que está detrás de este sistema, que é um sistema de capitalismo que está impulsionado pelos acionistas, e também temos que questionar o tipo de instituições que temos que estão muito focadas no curto prazo e em os lucros, nada mais”.
- Mas estes conceitos os vêm escutando desde a década do 70 quando se da a primeira definição aceita de RSE.
Opina que a historia da RSE é um debate sobre o futuro?
- Sim, exatamente. Em primeiro lugar devemos dar-nos conta que a RSE é um movimento dinâmico que vem evoluindo nas últimas décadas, senão em séculos. Em segundo lugar, e quiçá mais importante, devemos reconhecer que a pesar desta impressionante marcha aparente, a RSE há errado.
Partindo de aí podemos dizer que sem dúvidas tive muitos efeitos positivos, sobre todo para as comunidades e o meio ambiente. Embora, seu êxito ou fracasso deve ser julgado no contexto dos efeitos totais das empresas na sociedade, e enxergado desta maneira existem probas concretas que demonstram que os impactos negativos dos negócios têm sido terríveis.
- Agora... Por que fracassa a RSE precisamente em aqueles problemas ou temas que supostamente são os que mais lhe preocupam?
- Em minha opinião obedece a três fatores, que eu chamo Tripla Maldição. A primeira a denomino RSE incremental, que basicamente tem que ver com a necessidade da melhoria continuada, a gestão da qualidade total que se exporta a todo o mundo com a norma ISO 9000. Agora bem, quando isto se aplica aos produtos e serviços trazem muitos benefícios. Embora quando se aplica como o método fundamental para fazer frente a nossos objetivos sociais, éticos e ambientais se produze um erro, por velocidade e escala.
A segunda a chamo periférico e tem que ver com a falta de compromisso do governo corporativo da maioria das companhias. O responsável é um periférico, embora exista um compromisso público por parte da empresa, quem elabora relatórios. O tema é que quando vai à parte financeira olhas medidas em curto prazo que se contrapõem com o uso da sigla RSE.
- Por isso assegura que a RSE é antieconômica?
- Exatamente. Incluso tanto consultores, como responsáveis ou inclusive diretores estão desesperados por poder demonstrar que a RSE é boa para os negócios, que a RSE paga. E a verdade é que na maioria dos casos não o faze. Reverter a pobreza no mundo ou temas de biodiversidade requer dum câmbio estratégico e um enorme investimento.
- Porém, qual seria a saída?
- Se temos êxito em admitir o fracasso da RSE e enterrar o passado, podemos nos encontrar no cume duma revolução. Com o qual, todos aqueles que pretendem que a RSE é algo bom que ajudará a resolver os problemas do mundo deveriam entender que é algo que alguma vez foi útil, mas cujo tempo há passado.
- E surgiria o que você chama a RSE 2.0
- Sim, o batizei assim porque as relaciono com a Web. À atual eu a identifico com a Web 1.0, porque é unidirecional, padrão, em tanto que a que deve surgir, Web 2.0, é multidirecional, participativa, inovadora. Se chegares a ter êxito vamos a cambiar a forma que falamos e praticamos a RSE, e em última instancia a forma de fazer negócios.
- Quais seriam os princípios que regerão à nova RSE 2.0?
- Basicamente seriam cinco princípios: conectividade, escalabilidade, capacidade de resposta, dualidade e circularidade.
Quando falo de conectividade me refiro a que as empresas devem quebrar a hegemonia dos acionistas. É como se as empresas foram somente cervos do valor acionaria onde os CEOs não duram mais de três anos e são escravos das flutuações dos mercados. Por isso há que passar da submissão à conexão, têm que se institucionalizar de múltiples partes interessadas.
Em quanto à escalabilidade necessitamos trocar a esta dado que os problemas da humanidade se encontram numa escala massiva e são tão urgentes que as soluções da RSE não podem coincidir. Um exemplo disto foi o que fiz Walmart após Katrina e decidiu que todas as prendas foram de algodão orgânico e o pescado fora certificado MSC. Isto é um exemplo que a futuro terá um impacto real. A sua vez isto também é capacidade de resposta, porque doar um cheque é fácil, embora não se faz nada para modificar seu modelo de negócio.
Para resumir os outros dois... a dualidade se refere a que não podemos seguir polarizando, “se faze ou não se faze” e o que se propor é buscar um equilíbrio. Com respeito à circularidade, é necessário desenhar uma economia onde não há distancia, todo deve estar desenhado para o recicle.
- Que câmbios se deveriam dar para que este conceito da RSE 2.0 comece a se instalar?
- Bom, o primeiro que há que trocar é as expectativas de que os negócios e as empresas só têm a ver com lucros e ganâncias; se têm que dar um processo educativo para a sociedade, os políticos, para a gente de negócios. Tem-se que dar conta que os negócios têm que ver com contribuir com a sociedade e isto é uma matéria pendente que tem que ver com a educação.
A segunda coisa é que as políticas têm que ser trocadas, as instituições deve promover incentivos que recompensem este tipo de comportamento, tanto para os CEOs como para as empresas. Há que recompensar qualquer tipo de ação que resulte da sustentabilidade.
Minha opinião é que todos os esforços realizados pelas empresas em RSE ou sustentabilidade fracassaram nos últimos 50 anos, porque não trocamos os incentivos. Há empresas que podem seguir impondo custos à sociedade que eles não estão dispostos a pagar, contaminação, custos de saúde, entre muitos outros. Então sem um câmbio de políticas que crie os incentivos necessários é muito difícil para os líderes de negócios fazer realmente um câmbio...
LA RSE 1.0
- Paternalista
- Baseada nos riscos
- Baseada na imagem
- Especializado
- Padronizado
- Marginal
- Ocidental
LA RSE 2.0
- Colaborativa
- Baseada na colaboração
- Orientada aos resultados
- Integrada
- Diversificada
- Escalável
- Global
- Então o papel fundamental seria por parte de políticas públicas?
- O que observamos hoje em dia é que o pendulo está volvendo para trás, há mais importância nas políticas públicas. Embora, tenho que dizer que em muitos países em desenvolvimento, incluso Argentina, a implementação das políticas é um problema, com o qual há que achar formas mais criativas de Governo. Onde vemos muitos progressos aqui é entre as alianças de OSC y empresas, empresas e Governo. Também todas as normas voluntariam. Então em tanto se possam programar políticas que sejam transparentes e as empresas possam revelar seu rendimento, seu desempenho, os demais atores dentro da sociedade podem começar a pressionar.
- Me poderia dar exemplos?
- Uma cidade como Curitiba é um muito bom exemplo disto, onde fazem muitas coisas inovadoras para dar empoderamento à gente local. Permitem aos sectores de menores recursos trocarem serviços públicos por alguma contribuição que possam realizar, trabalho voluntario por exemplo para ter passagens no transporte publico.
Outro exemplo do Reino Unido há um Grupo de Líderes sobre o câmbio climático, são 30 CEO de toda Europa que se reúnem para trabalhar com os governos para poder criar e desenvolver mais políticas sobre Câmbio Climático com objetivos específicos, porque entendem que se não se faze em conjunto não se atingirão câmbios sustentáveis.
- Há autores e inclusive empresários que asseguram que o grande desafio que tem é incorporar os conceitos de RSE e sustentabilidade nos mandos meios. Acredita realmente que este seja um problema?
-Eu, no acredito que seja um problema da gerencia meia senão da cultura da empresa. E o sistema de desempenho de rendimentos e incentivos dentro da mesma. A razão pelo que a gerencia media o ressente é porque pelo que os recompensam não tem nada a ver com a RSE ou a sustentabilidade. Então, se alguém vem e lhes diz: “tens que fazer RSC, que é uma carga adicional que se suma sem recompensa alguma” é duvidoso o resultado. Então os incentivos têm que trocar. Os gerentes têm que ver se a liderança da empresa está realmente convencida disto.
- Me poderia dar alguns exemplo criativos que se tenham implementado e que não estejam relacionados com o Bono?
- Sim, algo que programou uma empresa brasileira, Semco, cujo CEO, Ricardo Semler (*), estabeleceu uma política de Recursos Humanos a partir da qual se lhe permite aos funcionários estabelecer seus próprios objetivos, seu próprio salário, seus horários de trabalho, tendo como meta à sustentabilidade.
- Como se relaciona a inovação com a sustentabilidade?
- Bom, as relações reais que necessitamos para enfrentar os desafios da sustentabilidade não as vamos a poder ter sem inovação, de fato uma das razões pelas que a RSE fracassou é devido à falta de atividade e de inovação. Se tomarmos o exemplo do Câmbio Climático, não é possível que o mundo chegue a una redução dos 80 ou 90 por cento para 2050 sem que haja uma revolução industrial completa. Temos que entender que não chegaremos a esse objetivo maximizando eficiência, há que gerar atividade e inovação para atingir esse câmbio.
- Como o fazemos?
- Uma das maneiras é estabelecendo um horizonte de políticas que estabeleça estes objetivos, por exemplo, para 2050 devemos estar aqui, e que as companhias façam inovação por elas mesmas, como possam para cumprir com isto.
Outra área que há que ter muito em conta são as empresas sociais, ou o empreendimento social, porque quiçá algumas das grandes soluções não vão a vir das grandes empresas, de companhias como British Petroleum ou Shell, eles realmente não tem apresentado nem vão a trazer soluções inovadoras. Por isso, quiçá, seja uma pequena empresa, ou uma de outro sector, como exemplo Google, que é uma empresa inovadora, não só em sua política de Recursos Humanos. Por exemplo, no tema de câmbio climático, há fixado o objetivo de fazer que a energia renovável chegue a ser mais em conta que a energia atual; e a tal ponto está comprometida que um de cada cinco dias, a equipe técnica pode trabalhar em projetos próprios, que não tenham absolutamente nada que ver com o trabalho diário da empresa, então isto cria inovação. A sua vez, se relaciona com o que dizia antes, esta é uma muito boa maneira de dizer-lhes aos mandos meios que a alta diretoria está comprometida com o tema.
Também empresas como General Electric com seu programa ECO Imagination está tratando de se concentrar na inovação e está ganhando muito dinheiro.
- Agora, GE foi pioneira em inovação, nasceu com este espírito incorporado...
- Sim, totalmente e o seu CEO se o pode ver este espírito de liderança, e uma das coisas que diz é que os líderes têm que ser curiosos; abertos e humildes para acreditar que não tem todas as respostas, e esse é o tipo de liderança que necessitamos.
- Quais são os desafios para América Latina e para Argentina em particular?
- Acredito que para a maioria de América Latina o tema fundamental é o tema do Governo, da governança, tanto corporativa como política. Tem que ver com a transparência, a estabilidade e se fazer cargo da corrupção. Países como Argentina, podem ir solucionando o problema de maneira efetiva e, se o fazem, muitos dos outros problemas meio-ambientais, ou da sociedade em geral se vão a solucionar dado que estão socavados pelo tema da corrupção. Acredito que o fato de atingir esta governança seria a prioridade mais importante à que se enfrentam.
E isto se pode solucionar de diferentes maneiras, por exemplo, contar com um índice de sustentabilidade na bolsa, um código de governo corporativo adequado, ou ter requerimentos obrigatórios para apresentar relatórios de sustentabilidade.
- Que opinião lhe merece a Norma ISO 26.000?
- Tenho minhas reservas. Há que ver em que medida se vai tomar com seriedade dado que se seguimos igual que até agora em minha opinião fracassará em três formas. A primeira se baseia em que vai a incorporar uma abordagem continua, embora, não aborda os problemas de corrupção, a brecha entre pobres e ricos, entre outros muitos pontos. O segundo ponto se baseia em que os problemas persistem a pesar de existir a RSE e isto é assim porque a RSE a ficado ao costado, há sido uma máscara que no há cambiado a estratégia fundamental. E por último, porque a RSE tem sido pouco econômica, quero dizer, que não se observam casos de negócios, o mercado não recompensa.
- Se refere a que deve surgir uma nova RSE?
- Sim, há uma visão que deve morrer e uma nova que deve surgir. À atual eu chamo Web 1.0, porque é unidirecional, padronizada, em tanto que a que deve surgir, Web 2.0, é multi- direcional, participativa, inovadora. Com o qual para que a ISO 26.000 tenha êxito dentro de 10 anos se deve haver aplicado aquilo que eu chamo os cinco princípios do êxito: criatividade e inovação, escalabilidade e capacidade de resposta.
(*).-Ricardo Frank Semler (São Paulo, 1959) é um empresário brasileiro, chefe-executivo (CEO) e sócio majoritário da empresa Semco S/A, empresa brasileira conhecida pela sua implementação radical dos conceitos da democracia industrial e reengenharia corporativa. Suas políticas de gestão empresarial inovadoras foram difundidas entre empresas ao redor do mundo. Sob sua gestão, os rendimentos cresceram de quatro milhões de dólares, em 1982, para 212 milhões de dólares em 2003. A revista TIME o apontou entre os "100 Jovens Líderes Globais", em uma série de reportagens sobre perfis de executivos publicada em 1994. O Fórum Econômico Mundial também o apontou em trabalhos semelhantes. Também foi citado em publicações do Wall Street Journal America Economia e revista "Wall Street Journal Latin America" como "Empresário do Ano na América Latina", em 1990 e "Empresário do Ano no Brasil", em 1992.Ricardo Semler formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo e estudou Administração de Empresas em Harvard, escola em que, ironicamente, só conseguiu ingressar depois de escrever uma carta criticando a instituição. Ricardo Semler também escreveu livros que se tornaram sucesso em vendas no Brasil e exterior, como o Virando a Própria Mesa, seu primeiro livro, publicado em 1988, e Seven-days Weekend, publicado em 2003. Foi ainda vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e o fundador da Fundação SEMCO, cujo objetivo inicial é criar escolas de ensino básico voltadas para a educação infantil, com uso das técnicas inovadoras de participação democrática. Atualmente Ricardo Semler é diretor da FIESP e articulista do jornal Folha de S. Paulo e Sócio da Tarpon Investimentos em São Paulo, Brasil.
“La RSE ha fallado”
Julio 2010
Existen muchas maneras de presentar a Wayne Visser. Por sus títulos. Por sus antecedentes laborales. Por la cantidad de libros publicados. Quizás la mejor manera sea que es uno de los pocos Gurus de la Responsabilidad Social Empresaria y la Sustentabilidad que se anima en poner en palabras fuertes aquello que es difícil de admitir, “La RSE ha fallado”.
Días atrás visitó el país, invitado por ReporteSocial.com, para hablar sobre las oportunidades y desafíos de impulsar el cambio a través de la sustentabilidad en las personas, organizaciones y la sociedad en su conjunto. Entrevistado por Visión Sustentable, durante el encuentro organizado por AgendarRSE, fue categórico en afirmar que “si tenemos éxito en admitir el fracaso de la RSE y enterrar el pasado, podemos encontrarnos en la cúspide de una revolución”. Por este motivo, cree que las implicancias para la sustentabilidad y la RSE es hacer cambios fundamentales dado que cualquier otra cosa que se realice será inútil.
Próximo a presentar su décimo libro “La Responsabilidad Social 2.0 y el nuevo ADN de los negocios” asegura que “estamos en un momento extraordinario después de la crisis financiera mundial, y este nos dice que el sistema económico financiero actual no es sustentable. Es un momento en que tenemos que reformar el sistema y cuestionar el tipo de capitalismo que está detrás de este sistema, que es un sistema de capitalismo que está impulsado por los accionistas, y también tenemos que cuestionar el tipo de instituciones que tenemos que están muy enfocadas al corto plazo y en las ganancias, nada más”.
- Pero estos conceptos los venimos escuchando desde la década del 70 cuando se da la primera definición aceptada de RSE.
¿Opina que la historia de la RSE es un debate sobre el futuro?
- Si, exactamente. En primer lugar debemos darnos cuenta que la RSE es un movimiento dinámico que ha ido evolucionando en las últimas décadas, sino en siglos. En segundo lugar, y quizás más importante, debemos reconocer que a pesar de esta impresionante marcha aparente, la RSE ha fallado.
Partiendo de esto podemos decir que sin dudas tuvo muchos efectos positivos, sobre todo para las comunidades y el medio ambiente. Sin embargo, su éxito o fracaso debe ser juzgado en el contexto de los efectos totales de las empresas en la sociedad, y visto de esta manera existen pruebas fehacientes que demuestran que los impactos negativos de los negocios han sido terribles.
- Ahora ¿Por qué fracasa la RSE precisamente en aquellos problemas o temas que supuestamente son los que más le preocupan?
- En mi opinión obedece a tres factores, que yo llamo Triple Maldición. La primera la denomino RSE incremental, que básicamente tiene que ver con la necesidad de la mejora continua, la gestión de la calidad total que se exporta a todo el mundo con la norma ISO 9001. Ahora bien, cuando esto se aplica a los productos y servicios trae muchos beneficios. Sin embargo cuando se la aplica como el método fundamental para hacer frente a nuestros objetivos sociales, éticos y ambientales se produce un error, por velocidad y escala.
La segunda la denomino Periférica y tiene que ver con la falta de compromiso del gobierno corporativo de la mayoría de las compañías. El responsable es un periférico, aunque haya un compromiso público por parte de la compañía, quien elabora reportes. El tema es que cuando vas a la parte financiera ves medidas a corto plazo que se contraponen con el uso del término RSE.
- ¿Por eso asegura que la RSE es antieconómica?
- Exactamente. Incluso tanto consultores, como responsables o incluso directores están desesperados por poder demostrar que la RSE es buena para los negocios, que la RSE paga. Y la verdad que en la mayoría de los casos no lo hace. Revertir la pobreza en el mundo o temas de biodiversidad requiere de un cambio estratégico y una enorme inversión.
- ¿Pero cuál sería la salida?
- Si tenemos éxito en admitir el fracaso de la RSE y enterrar el pasado, podemos encontrarnos en la cúspide de una revolución. Con lo cual, todos aquellos que pretenden que la RSE es algo bueno que ayudará a resolver los problemas del mundo deberían entender que es algo que alguna vez fue útil, pero cuyo tiempo ha pasado.
- Y surgiría lo que usted llama la RSE 2.0
- Sí, la denominé así porque las relaciono con la Web. A la actual yo la identifico con la Web 1.0, porque es unidireccional, estándar, mientras que la que debe surgir, Web 2.0, es multidireccional, participativa, innovadora. Si llega a tener éxito vamos a cambiar la forma en la que hablamos y practicamos la RSE, y en última instancia la forma de hacer negocios.
- ¿Cuáles serían los principios que regirán a la nueva RSE 2.0?
- Básicamente serían cinco principios: conectividad, escalabilidad, capacidad de respuesta, dualidad y circularidad.
Cuando hablo de conectividad me refiero a que las empresas deben romper con la hegemonía de los accionistas. Es como si las empresas fueran meros ciervos del valor accionario donde los CEOs no duran más de tres años y son esclavos de las fluctuaciones de los mercados. Por eso hay que pasar de la sumisión a la conexión, tienen que institucionalizarse de múltiples partes interesadas.
En cuanto a la escalabilidad necesitamos cambiar a ésta dado que los problemas de la humanidad se encuentran en una escala masiva y son tan urgentes que las soluciones de la RSE no pueden coincidir. Un ejemplo de esto fue lo que hizo Walmart post Katrina y decidió que todas las prendas fueran algodón orgánico y el pescado fuera certificado MSC. Esto es un ejemplo que a futuro tendrá un impacto real. A su vez esto también es capacidad de respuesta, porque donar un cheque es fácil, sin embargo no se hace nada para modificar su modelo de negocio.
Para resumir los otros dos... la dualidad se refiere a que no podemos seguir polarizando, “se hace o no se hace” y lo que se propone es buscar un equilibrio. Con respecto a la circularidad, es necesario diseñar una economía donde no hay distancia, todo debe estar diseñado para el reciclaje.
- ¿Qué cambios se deberían dar para que este concepto de la RSE 2.0 comience a instalarse?
- Bien, lo primero que hay que cambiar son las expectativas de que los negocios y las empresas sólo tiene que ver con ganancias, se tiene que dar un proceso educativo para la sociedad, los políticos, para la gente de negocios. Se tienen que dar cuenta que los negocios tienen que ver con contribuir con la sociedad y esto es una materia pendiente que tiene que ver con la educación.
La segunda cosa es que las políticas tienen que cambiar, las instituciones deben promover incentivos que recompensen este tipo de comportamiento, tanto para los CEOs como para las empresas. Hay que recompensar cualquier tipo de acción que resulte de la sustentabilidad.
Mi opinión es que todos los esfuerzos realizados por las empresas en RSE o sustentabilidad fracasaron en los últimos 50 años, porque no cambiamos los incentivos. Hay compañías que pueden seguir imponiendo costos a la sociedad que ellos no están dispuestos a pagar, contaminación, costos de salud, entre muchos otros. Entonces sin un cambio de políticas que cree los incentivos necesarios es muy difícil para los líderes de negocios hacer realmente un cambio...
LA RSE 1.0
- Paternalista
- Basada en los riesgos
- Basada en la imagen
- Especializado
- Estandarizado
- Marginal
- Occidental
LA RSE 2.0
- Colaboración
- Basada en la colaboración
- Orientada a los resultados
- Integrado
- Diversificado
- Escalable
- Global
- ¿Entonces el papel fundamental vendría por parte del políticas públicas?
- Lo que vemos hoy en día es que el péndulo está volviendo para atrás, hay más importancia en políticas públicas. Sin embargo, tengo que decir que en muchos países en desarrollo, incluyendo a Argentina, la implementación de las políticas es un problema, con lo cual hay que encontrar formas más creativas de Gobierno. Donde vemos muchos progresos aquí es entre las alianzas de OSC y empresas, empresas y Gobierno. También todas las normas voluntarias. Entonces mientras que se puedan implementar políticas que sean transparentes y las empresas puedan revelar su rendimiento, su performance, los demás actores dentro de la sociedad pueden comenzar a presionar.
- ¿Me podría dar ejemplos?
- Una ciudad como Curitiba es un muy buen ejemplo de esto, donde hacen muchas cosas innovadoras para dar empoderamiento a la gente local. Permiten a los sectores de menores recursos intercambiar servicios públicos por alguna contribución que puedan realizar, trabajo voluntario por ejemplo para tener pasajes en transportes.
Otro ejemplo del Reino Unido, hay un Grupo de Líderes sobre el cambio climático, son 30 CEO de toda Europa que se reúnen para trabajar con los gobiernos para poder crear y desarrollar más políticas sobre Cambio Climático con objetivos específicos, porque entienden que si no se hace en conjunto no se lograrán cambios sustentables.
- Hay autores e incluso empresarios que aseguran que el gran desafío que tienen es incorporar los conceptos de RSE y sustentabilidad en los mandos medios. ¿Cree realmente que este sea un problema?
-Yo, no creo que sea un problema de la gerencia media sino de la cultura de la empresa. Y el sistema de performance de rendimientos e incentivos dentro de la misma. La razón por lo que la gerencia media lo resiente es porque por lo que los recompensan no tiene nada que ver con la RSE o la sustentabilidad. Entonces, si alguien viene y les dice: “tienes que hacer RSC, que es una carga adicional que se suma sin recompensa alguna”. Entonces los incentivos tienen que cambiar. Los gerentes tienen que ver que el liderazgo de la empresa está realmente convencido de esto.
- ¿Me podría dar algunos ejemplo creativos que se hayan implementado y que no estén relacionados con el bono?
- Si, algo que implementó una empresa brasilera, Semco, cuyo CEO, Ricardo Semler, estableció una política de Recursos Humanos a partir de la cual se le permite a los empleados establecer sus propios objetivos, su propio salario, sus horarios de trabajo, teniendo como meta a la sustentabilidad.
- ¿Cómo se relaciona la innovación con la sustentabilidad?
- Bueno, las relaciones reales que necesitamos para enfrentar los retos de la sustentabilidad no las vamos a poder tener sin innovación, de hecho una de las razones por las que la RSE fracasó es debido a la falta de actividad y de innovación. Si tomamos el ejemplo del Cambio Climático, no es posible que el mundo llegue a una reducción del 80 o 90 por ciento para el 2050 sin que haya una revolución industrial completa. Tenemos que entender que no llegaremos a ese objetivo maximizando eficiencia, hay que generar actividad e innovación para lograr ese cambio.
- ¿Cómo lo hacemos?
- Una de las maneras es estableciendo un horizonte de políticas que establezca estos objetivos, por ejemplo, para el 2050 debemos estar acá, y que las compañías hagan innovación por ellas mismas, como puedan para cumplir con esto.
Otra área que hay que tener muy en cuenta son las empresas sociales, o el emprendimiento social, porque quizás algunas de las grandes soluciones no vayan a venir de las grandes empresas, de compañías como British Petroleum o Shell, ellos realmente no han presentado ni van a traer soluciones innovadoras. Por eso, quizás, sea una pequeña empresa, o una de otro sector, como por ejemplo Google, que es una empresa innovadora, no sólo en su política de Recursos Humanos. Por ejemplo, en el tema de cambio climático, ha fijado el objetivo de hacer que la energía renovable llegue a ser más barata que la energía actual; y a tal punto está comprometida que uno de cada cinco días, el equipo técnico puede trabajar en proyectos propios, que no tengan absolutamente nada que ver con el trabajo diario de la empresa, entonces esto crea innovación. A su vez, se relaciona con lo que te decía antes, esta es una muy buena manera de decirles a los mandos medios que la alta dirección está comprometida con el tema.
También empresas como General Electric con su programa ECO Imagination está tratando de concentrarse en la innovación y está ganando mucho dinero.
- Ahora, GE fue pionera en innovación, nació con este espíritu incorporado...
- Sí, totalmente y a su CEO se lo puede ver este espíritu de liderazgo, y una de las cosas que dice es que los líderes tienen que ser curiosos, abiertos y humildes para creer que no tienen todas las respuestas, y ese es el tipo de liderazgo que necesitamos.
- ¿Cuáles son los desafíos para América Latina y para Argentina en particular?
- Creo que para la mayoría de América Latina el tema fundamental es el tema del Gobierno, de la gobernanza, tanto corporativo como político. Tiene que ver con la trasparencia, la estabilidad y hacerse cargo de la corrupción. Países como Argentina, pueden ir solucionando el problema de manera efectiva y, si lo hacen, muchos de los otros problemas medioambientales, o de la sociedad en general se van a solucionar dado que están socavados por el tema de la corrupción. Creo que el hecho de lograr esta gobernanza sería la prioridad más importante a la que se enfrentan.
Y esto se puede solucionar de diferentes maneras, por ejemplo, contar con un índice de sustentabilidad en la bolsa, un código de gobierno corporativo adecuado, o tener requerimientos obligatorios para presentar reportes de sustentabilidad.
- ¿Qué opinión le merece la Norma 26.000?
- Tengo mis reservas. Hay que ver en qué medida se va a tomar con seriedad dado que si seguimos igual que hasta ahora en mi opinión fracasará en tres formas. El primero se basa en que va a incorporar un abordaje continuo, sin embargo, no aborda los problemas de corrupción, la brecha entre pobres y ricos, entre otros muchos puntos. El segundo punto se basa en que los problemas persisten a pesar de existe la RSE y esto es así porque la RSE a quedado al costado, ha sido una máscara que no ha cambiado la estrategia fundamentales. Y por último, porque la RSE ha sido poco económica, quiero decir, que no se ven casos de negocios, el mercado no recompensa.
- ¿Se refiere a que debe surgir una nueva RSE?
- Si, hay una visión que debe morir y una nueva que debe surgir. A la actual yo la llamo Web 1.0, porque es unidireccional, estándar, mientras que la que debe surgir, Web 2.0, es multidireccional, participativa, innovadora. Con lo cual para que la ISO 26.000 tenga éxito dentro de 10 años se deben haber aplicado aquello que yo llamo los cinco principios de éxito: creatividad e innovación, escalabilidad, capacidad de respuesta
conectividad, escalabilidad, capacidad de respuesta, dualidad y circularidad.
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