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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A MORTE DO CONTRATO SOCIAL






Durante o século XX, o Estado passou a controlar as vidas dos indivíduos como nunca antes, e em 2011 foi o momento de crise que chegou a um ponto crítico.

POR NADIM SHEHADI - The New York Times


As próximas duas gerações provavelmente continuem pagando impostos altos, porém virão menos serviços em troca.

O ano 2011 marcou o fim do século XX. Em 50 anos mais, um historiador analisará os protestos de 2011 e descreverá a crise global como um sintoma do fim dum fenômeno exclusivo do século XX: o Estado tomou um controle sem precedente sobre as vidas dos indivíduos, e seu rol cresceu de maneira desproporcionada até que finalmente se fraturou.

Na Europa e em outros lugares se tem dado modificações dum contrato social: o Estado prometia emprego, educação, atenção médica, aposentadorias e outros serviços; em troca, os indivíduos entregavam uma grande porção de sua liberdade, ingressos, herança, poupança e riqueza. Nos fins dos anos 1970, os que ganhavam muito na Grande Bretanha pagavam mais dos 90% de seu ingresso em impostos.

Agora, finalmente tem ficado claro que um lado desta equação já não é válido; o Estado não pode cumprir sua parte da negociação. Quanto muito, as próximas duas gerações continuarão pagando impostos ainda mais altos, mas uma parte maior se destinará a pagar a dívida gerada pelas últimas duas gerações e não a obter melhores serviços.

Embora, não é uma questão de quantidade ou de qualidade. O conceito mesmo se esta desintegrando. Não se trata simplesmente duma crise econômica, ou uma crise de gestão de governo; a idéia do contrato social morreu.

No século XX, o Estado se apoderou gradativamente de nossas vidas. Os gastos estatais, ainda nos sistemas mais capitalistas do mundo, ultrapassaram em alguns casos os 50% do produto bruto interno, entanto que a início do século, apenas atingia os 10%. O crescimento se produz em forma incremental, em ocasiões deliberadamente ou depois de crises e guerras, e foi em linhas gerais irreversível. A corrupção cresceu até atingir uma dimensão nova. Para os políticos é tentador fazer promessas em nome do Estado sobre as que nunca devem prestar contas.

Ganham-se votos no curto prazo e os problemas sobrevém muito mais adiante.

O tema não é novo, porém 2011 assinalam o momento em que a crise atingiu um ponto crítico.

Na Grécia, Espanha, os Estados Unidos, Índia, China, Israel e na Primavera Árabe, a gente saiu às ruas. Alguns exigiram que se lhes devolveram seus serviços e aposentadorias, mas nunca o conseguirão. Estão num estado de negação, chorando o fim do rol do Estado. No movimento Occupy culpam da crise aos banqueiros; outros têm escolhido como bode emissário aos imigrantes. Isto não é uma revolução de camponeses ou de trabalhadores; os manifestantes pertencem em sua maioria ao nível médio de ingressos. Ironicamente, o sistema fortaleceu suas filas, porém são também os que pagaram a proporção mais alta de seus ingressos em impostos, os que receberam a menor quantidade em serviços e cujas poupanças e riqueza se têm visto gradativamente corroídos por uma moeda desvalorizada, manipulada pelos políticos.

Tem sido um século longo. A maioria das idéias que criaram o monstro se originou a partir dos debates dos anos 1870.

Com Bismarck, Prússia saiu triunfante depois da queda de Paris em 1871 e suas fortes instituições estatais e seu seguro social foram à inspiração para o que logo se conheceria no Ocidente como o Estado do bem estar. Os debates após a recessão dos anos 1930 derivaram em que os keynesianos ¬que defendiam o gasto estatal¬ obtiveram vantagem.

Existia a idéia dum Estado forte e a justificação para pagar-lo. O modelo do Estado de bem estar alcançou seu ponto mais alto depois da Segunda Guerra Mundial e prosperou aproximadamente uns 40 anos, quando começaram a aparecer fendas a mediados dos 80.

A carga era por demais grande e os rendimentos em termos de serviços diminuíam. A idéia do controle estatal começou a perder terreno nos anos de Reagan e Thatcher. Mas então, os intentos de diminuir o Estado não tiveram sucesso em Ocidente.

Levou mais de 20 anos tomar consciência de que o barco da historia está virando e, ainda não sabemos a onde se dirige.

Pouco a pouco têm surgido alternativas sem que nos déssemos conta do seu significado. Há uma volta à filantropia clássica dos Warren Buffett e os Bill Gates, que havia passado de moda quando se suponha que o Estado era o fornecedor universal. Os manifestantes de Occupy Wall Street exigiram um retorno à banca cooperativa; os serviços de voluntários estão enchendo vazios e se ouvem exigências duma maior responsabilidade social por parte de empresas e indivíduos.

Outro signo dos tempos é que as idéias de economistas austríacos como Friedrich Hayek, considerado o paladino do capitalismo do laissez-faire e que havia perdido o debate nos anos 1930, têm voltado a surgir com o Tea Party; Ron Paul, um candidato à nominação presidencial republicana; e outros libertários.

Um pouco como o homem com a mirada em branco num vagão da estrada de ferro num filme de Hitchcock, o sistema estava morto fazia tempo e necessitava só dum empurrão para cair finalmente.

No mundo árabe, o colapso é praticamente total. É aí onde os indivíduos entregavam muito mais liberdades e onde menos recebiam em troca. Os regimes que pensam que podem sair do passo aumentando os salários ou criando projetos públicos se enganam a si mesmos.

O contrato já não é válido. E os que não possam se adaptar cairá como o fizeram na Europa do Leste, onde primeiro morreu a idéia e depois os sistemas.

Desde tempos atrás, no último século, que terminou o mês passado, conceitos como crise, estabilidade e risco deixaram de ser negativos em tanto podem produzir um resultado melhor. Os intentos de corrigir problemas em seu nome simplesmente não funcionarão em tempos duma troca tão radical.

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a medida que no equivale a en la medida que

La locución a medida que expresa la progresión paralela de dos acciones («El equipo local fue perdiendo fuelle a medida que avanzaba el partido»), mientras que en la medida (en) que significa ‘en la proporción en que o en correspondencia con el hecho de que’ («Todo irá bien en la medida en que el país pueda soportar los envites de los especuladores»).

Por lo que en frases como «Se pudo comprobar que la competitividad en las personas disminuía en la medida que aumentaba su edad» o «Se trata de facilitar al alumnado una mayor autonomía en la medida que vaya especializándose» lo adecuado habría sido usar a medida que.

Por último, tal como indica el Diccionario panhispánico de dudas, en la expresión a medida que no debe anteponerse la proposición de a la conjunción que («a medida de que»), pues constituye dequeísmo.

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