
“A partir daqui, seleciona as ideias,
ordena-las por jerarquias. Examina as frases agrupando-as em castas.
Faz brilhar o que encerre luz,
faz vibrar tudo o que guarda som.
É igual que o cair das folhas quando se sacode uma rama, igual que chegar a um manancial trás o fluir do arroio.
Quiçá, desde o mais oculto, alcances o manifesto. Quiçá, desde a simplicidade, obtenhas o mais difícil e complexo".
Este é o terceiro poema do Wen Fu ( Proso poema da arte da escritura) no que o chinês Lu Ji (261-303) se adentra no conceito e o processo de criação literária e sua continuação no leitor. Uma joia da China do terceiro século de nossa era onde este poeta e general viaja ao coração da crítica literária. O que o converte assim na primeira aproximação china que conhecemos sobre a opinião da literatura como tal, e em um dos livros de grande influência durante vários séculos.