APREENDENDO COM OS MELHORES
Entrevista
"Visitamos todas nossas fábricas como mínimo uma vez ao ano"
Anabel Drese, Responsável de RSE de Timberland Europa
Timberland se tem posicionado a nível global como uma empresa sustentável. Há sido pioneira em incorporar informação social e ambiental nas etiquetas de seus produtos. Reporta os issues clave de sua RSE cada três meses e é auditada por uma ONG. Incorporou o eco-desenho para seus novos produtos. Mede seu rastro de carbono e planeja ser neutra para 2010. Incorporou-se a uma aliança global de reciclado de borracha que lhe permitiu não só cuidar os recursos naturais, senão também baixar custos de produção. Realiza um estrito controle de sua cadeia de valor visitando várias vezes ao ano todas suas fábricas, inclusive aquelas que operam com sua licencia. Nesta entrevista exclusiva com ComunicaRSE, Anabel Drese, Responsável de RSE de Timberland Europa, detalha estes e outros aspetos da sustentabilidade da empresa. "Acredito que o mais importante para Timberland vai ser seguir sendo conseqüentes com nossos princípios e cuidar o meio-ambiente, realizar um produto com menor impacto ecológico e assegurar que se produz em condições laborais justas, seguras e não discriminatórias. É o que o consumidor vai pedir e no qual as outras empresas também se enfocarão", afirma.
Como descreveria em rasgos gerais a estratégia de sustentabilidade de Timberland?
Em Timberland vemos a sustentabilidade como parte complementar do negócio. Não se há de eleger entre ser socialmente responsáveis e ter um modelo de empresa saudável financeira e comercialmente. É por isso, que a sustentabilidade e a responsabilidade social se “respira” em cada unidade de negócio: desde como desenhamos o produto, como o fabricamos, como se distribui e que pessoas fazem que tudo isto aconteça com o maior êxito possível.
Como administram os diferentes impactos sobre o meio social e ambiental da empresa?
Medimos nosso impacto meio-ambiental desde duas vertentes: o produto que fabricamos e as emissões de CO2 que nossas operações geram.
No referente ao produto, criamos o “Green Índex” que pontua ao produto segundo seu impacto climático, os químicos utilizados e a quantidade de material renovável, orgânico ou reciclado que se utiliza em cada referência. Deste modo, o consumidor pode escolher entre um produto com maior ou menor impacto ao meio-ambiente. Também se há criado uma base de materiais com a que o desenhador pode calcular o “Green Índex” do protótipo e cambiar materiais se for necessário.
Com respeito ao impacto de nossas operações, trimestralmente realizamos um inventário de nossas emissões com o fim de reduzir-las. De fato, um de nossos objetivos é neutralizar as emissões de nossas instalações e empregados em 2010. Isto se quer conseguir reduzindo-as nuns 50% e comprando créditos de energia renovável para neutralizar as emissões restantes.
Que valor lhe agrega a sustentabilidade ao negócio de Timberland?
O maior valor que agrega é saber que somos conseqüentes com nossos valores e estratégia. Tentamos conscientizar os nossos empregados e consumidores. Não é um valor que se possa traduzir em vendas, porém sabemos que fazemos o correto e que temos que ajudar a preservar o outdoor que tanto desfrutamos e para o que se produz nosso calçado e roupa.
Poderia contar-nos sua estratégia de Reporting?
Como funciona o acordo com Just Means?
Anteriormente fazíamos o típico reporte de Responsabilidade Social Corporativa: anual e tentado incorporar todas nossas atividades e medições do impacto das mesmas. Desde mais de um ano, temos preferido ter um maior desafio: reportar cada trimestre os principais medidores de impacto e realizar o reporte escrito cada dois anos. Deste jeito, temos um diálogo mais freqüente com os diferentes stakeholders através da web JustMeans.
Como se conseguiu e em que consiste o acordo com Green Rubber?
O primeiro contacto com Green Rubber surgiu duma conversação entre Jeff Swartz, presidente de Timberland, e o ex-presidente de EEUU Bill Clinton. Foi ele quem, conhecendo nosso compromisso com o meio-ambiente, sugeriu que poderia ser una aliança interessante para ambas as partes.
Deste modo, Timberland alcançou um acordo de exclusividade com Green Rubber Inc., filial de Grupo Petra, empresa sediada em Kuala-Lumpur (Malásia) que há patenteado o processo DeLink™ e permite dês - vulcanizar borracha usada. A partir de agora, graças à aplicação desta tecnología, os modelos das colecões Timberland Mountain Athletics e Earthkeepers levarão solas Green Rubber compostas duns 42% de borracha reciclada proveniente de pneus descartados em lixeiros. Timberland se converte assim na primeira companhia de calçado a nível mundial que utiliza Green Rubber.
Como enfrentam o desafio de assegurar uma cadeia de valor respeitosa dos Direitos Humanos?
Os especialistas no Código de Conduta visitam todas as fábricas que produzem para a marca e suas filiais (incluindo produtos licenciados) como mínimo uma vez. Assim nos asseguramos que as fábricas cumpram com nossos requisitos. Se há falhas ou carências, trabalhamos com elas num Plano de Ação para conseguir que o problema se resolva desde a raiz para assim poder garantir que não volte a acontecer. É um labor constante que implica muita interação com o management das fábricas e, em alguns casos, cambio de mentalidade por sua parte. Mas temos notado muita melhora e acreditamos que é um processo que funciona e que beneficia enormemente aos trabalhadores.
Anabel é a responsável de RSC em Timberland Europa e se encarrega de trabalhar com as diferentes unidades de negócio para construir e desenvolver a estratégia de Responsabilidade Social incluindo os programas de voluntariado corporativo, meio-ambiente, valores corporativos e comunicação interna e externa. Assessora os fornecedores de Timberland na Europa, assegurando que fabricam seguindo o Código de Conduta da empresa.
Anteriormente, Anabel foi durante 8 anos a Diretora Financeira de Timberland Espanha. Antes de pertencer a Timberland, viveu 3 anos no México numa empresa química depois de obter seu título de Economista e Máster em Cooperação Internacional pela Universidade de Barcelona.
Em fevereiro de 2006 começaram a incluir informação de sustentabilidade nas etiquetas de seus produtos. Como tem funcionado esta iniciativa? Têm medido se os consumidores valororisam esta informação?
Com o fim de informar ao consumidor e ganhar transparência, começamos a incluir a “Etiqueta Nutricional”. Nela se comunicava o consumo de energia renovável, o nome da fábrica onde se produzia o produto e o número de horas de serviço (voluntariado) dedicadas à comunidade. Posteriormente, criamos o “Green Índex” que mede o impacto meio-ambiental do produto. Agora temos uma nova etiqueta mais gráfica que especifica mediante ícones se o produto contem PVC, material orgânico, plástico reciclado, se é reciclável ou se contem Green Rubber.
Não temos medido se o consumidor valorisa esta iniciativa, mas acreditamos que, ao ser um consumidor amante dos outdoors, sim o fará.
Quais serão no futuro os temas mais importantes da agenda da sustentabilidade para sua empresa em geral?
Acredito que o mais importante para Timberland vai ser seguir sendo conseqüentes com nossos princípios e cuidar o meio-ambiente, realizar um produto com menor impacto ecológico e assegurar que se produza em condições laborais justas, seguras e não discriminatórias. É o que o consumidor vai pedir e no que as outras empresas também se enfocarão.
Agosto de 2009
Fonte: ComunicaRSE
Um comentário:
eu não entendi bem qual o serviço de voces....
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