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domingo, 27 de dezembro de 2009

ImportaRSE - Florianópolis


Enormes perdidas pelo cambio climático na América Latina e Caribe
Segundo CARLOS CARO
Em caso de não haver um acordo internacional para mitigar os efeitos do cambio climático, o custo para América Latina e Caribe poderia equivaler, em 2100, até 137 por cento do PIB regional atual, sinala o informe da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL):
A economia do cambio climático na América Latina e Caribe. Sínteses 2009.
O informe, elaborado pela CEPAL, com a colaboração dos governos de Alemanha, Dinamarca, Espanha e Reino Unido, assim como a União Européia, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Mecanismo Mundial da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação e uma ampla rede de instituições acadêmicas e de investigação, se baseia em cálculos de 15 países: Argentina, Belize, Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, República Dominicana e Uruguai.
Embora seja a segunda região mundial que menos emite gases de efeito estufa detrás da África, América Latina e Caribe está sofrendo os efeitos do aquecimento global mais que nenhuma outra, segundo o informe. De aí a urgência de que a região conte com apoio tecnológico e financeiro dos países desenvolvidos em seus esforços de adaptação e mitigação do fenômeno.
O informe sinala que os custos econômicos são muito heterogêneos entre países e regiões, e terão um comportamento pouco previsível (não lineal) ao longo do atual século. Por exemplo, com um incremento da temperatura planetária superior a 3 graus alguns países ou regiões poderiam perder até 30 ou 40 por cento de sua biodiversidade. A sua vez, a alça do nível do mar provocaria deslocamento de populações e se perderiam terras por inundações permanentes. Os pequenos estados insulares do Caribe se verão muito afetados. Poderiam desaparecer os mangues nas costas baixas (no Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa e Guiana) e estariam seriamente ameaçadas zonas costeiras do Rio da Prata (Argentina e Uruguai).
Um aumento global da temperatura de 3 grados centígrados provocaria uma queda nas precipitações sobre a Amazônia, causando um substancial deterioro das selvas que possuem a biodiversidade maior do planeta. A variabilidade climática e os atos extremos fariam que nos 2100 o custo dos desastres climáticos passe dum patamar anual para o período 2000–2008 de quase 8.600 milhões a um máximo possível de 250 mil milhões de dólares.
Neste contexto, a CEPAL destaca que é fundamental desenhar uma estratégia de política pública regional que permita reduzir os impactos mais graves do cambio climático, que se base entre outras coisas em:
a) Preservar a biodiversidade e os recursos naturais para as gerações futuras;
b) reconhecer a necessidade de revisar os estilos de vida e promover um cambio cultural;
c) promover a inovação tecnológica para um desenvolvimento sustentável e
d) transitar rumo a economias com baixa intensidade de emissões de carbono, reconhecendo que a época de utilização duma energia fóssil barata e quase ilimitada está concluindo e ajustar os preços relativos em conseqüência.

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