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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
Edward Bernays
A maioria dos assuntos do saber popular são implantados cientificamente na consciência pública através de mil anúncios por dia. Para poupar tempo, me agradaria proporcionar um pouco de antecedentes históricos sobre o manejo da informação neste país. Uma vez que se mostrem os princípios básicos de como surgiu historicamente nosso sistema atual de controle mediático, o leitor poderá ser mais capaz de questionar qualquer notícia do dia.
Se todo mundo acredita em algo, provavelmente seja falso. Chamamos a isto Saber Popular.
Em “Confie em nós, somos expertos” (2001), os autores Stauber & Rampton organizaram e ordenaram evidencia convincente descrevendo à ciência da criação da opinião pública nos Estados Unidos. Achar a origem da influência pública moderna a princípios do século passado, destacando o trabalho de pessoas como Edward L. Bernays, o Pai da manipulação mediática.
De sua própria e incrível crônica “Propaganda” (1928), descobrimos como Edward L. Bernays tomou as ideias de seu famoso tio Sigmund Freud, e as aplicou à nascente ciência da persuasão de massas. A única diferença foi que em lugar de usar estes princípios para descobrir temas ocultos no inconsciente humano, como o faz a psicologia freudiana, Bernays usou estas mesmas ideias para disfarçar agendas e para criar ilusões que enganam e distorcem as coisas, com fins de marketing.
Bernays dominou a indústria das relações públicas até a década dos '40, e foi uma força importante durante os seguintes quarenta anos (Tye). Durante todo esse tempo, aceitou centenas de tarefas distintas para criar uma percepção pública sobre certa ideia ou produto.
Alguns exemplos: como um neófito com o Comitê de Informação Pública, um dos primeiros encargos de Bernays foi ajudar a lhe vender a Primeira Guerra Mundial ao público norte-americano, com a ideia de “fazer que o mundo seja seguro para a democracia” (Ewen). Temos visto essa frase em cada guerra e participação bélica dos Estados Unidos desde então.
Alguns anos mais tarde, Bernays preparou um truque publicitário para popularizar a noção de que as mulheres fumaram cigarros. Ao organizar o desfile de Pascoas de 1929 em New York, Bernays se mostrou como alguém com quem contar. Organizou a Brigada das Tochas da Liberdade, na que as votantes marcharam no desfile fumando cigarros como um símbolo da liberação feminina. Depois desse evento, as mulheres se tem sentido seguras destruindo seus próprios pulmões em público, do mesmo jeito que sempre o têm feito os homens.
Bernays popularizou a ideia do bacon no café da manhã. Não era alguém que rejeitara um desafio. Estabeleceu a relação entre a indústria do tabaco e a Associação Médica Norte-americana, relação que durou quase 50 anos. Lhes demostraram a todos que os cigarros eram bons para a saúde. Simplesmente olhe os avisos de números velhos de Life, Look, o Time dos ´40 e ´50, nos que os médicos recomendam tal ou qual marca de cigarros para ter uma digestão sadia ou o que seja.
Durante as seguintes décadas, Bernays e seus colegas desenvolveram os princípios através dos quais se podia influenciar e convencer às pessoas mediante mensagens que se repetem uma e outra vez, centos de vezes por semana. Quando o poder econômico dos médios se voltou evidente, outros países do mundo se apressaram a seguir nosso exemplo.
Porém Bernays continua sendo o modelo a seguir. Josef Goebbels, ministro de propaganda de Hitler, estudou de perto os princípios de Edward Bernays quando estava desenvolvendo a popular lógica que utilizaria para convencer aos alemães de que para purificar sua raça tinham que matar a 6 milhões dos impuros. (Stauber)
O trabalho de Bernays era reformular um assunto; criar uma imagem desejada que faria que um produto ou conceito parecesse favorável. Nunca se viu a si mesmo como um mestre do engano, senão como um benéfico servidor da humanidade, quem prestava um serviço valioso. Bernays descrevia ao público como “um rebanho que necessitava ser guiado”. E esta mentalidade de rebanho faz que as pessoas sejam “susceptíveis à liderança”. Bernays nunca se desvio do seu axioma fundamental: “controlar às massas sem que o saibam”. As melhores RRPP acontecem quando as pessoas não sabem que estão sendo manipuladas.
Assim descreve Stauber a lógica de Bernays:
“à ciência da manipulação da opinião pública era necessária para superar o caos e o conflito numa sociedade democrática.” (“Confie em nós, somos expertos”, pág. 42)
Estes primeiros manipuladores de massas se apresentavam como realizando um serviço moral para a humanidade em geral. A democracia era demasiado boa para as pessoas; necessitavam que lhes disseram que pensar, porque eram incapazes de pensar racionalmente por eles mesmos.
Aqui um parágrafo do libro de Bernays, “Propaganda”:
“Aqueles que manipulam o mecanismo oculto da sociedade constituem um governo invisível que é o verdadeiro poder que governa nosso país. Somos governados, nossas mentes modeladas, nossos gostos formados, nossas ideias sugeridas maiormente por homens dos que nunca temos ouvido falar. Isto é um resultado lógico da maneira em que está organizada nossa sociedade democrática. Um grande número de seres humanos devem cooperar desta forma se querem viver juntos como uma sociedade que funcione fluentemente. Em quase qualquer ato de nossas vidas, seja na esfera da política ou dos negócios ou em nossa conduta social ou em nosso pensamento ético, estamos dominados por um número relativamente pequeno de pessoas que entendem os processos mentais e os padrões sociais das massas. São eles aqueles manejam os fios que controlam à opinião pública".
Procter & Gamble vende seu sabonete Ivory a milhões depois de que a Bernays se lhe ocorreu a ideia de patrocinar concursos de esculturas de sabão para crianças em idade escolar.
Uma vez vislumbradas as possibilidades de aplicar psicologia freudiana nos meios massivos, Bernays se encontrou pronto com mais clientes corporativos dos que podia atender. As corporações globais estavam muito interessadas em agradar aos novos Construtores da Imagem. Havia dúzias de bens e serviços e ideias para vender a um público susceptível. Ao longo dos anos, estes jogadores tiveram o dinheiro para fazer realidade suas imagens.
Alguns exemplos:
Philip Morris - Pfizer - Union Carbide - Allstate - Monsanto - Eli Lilly - Industrias do Fumo -Ciba Geigy - Industria do Chumbo - Coors - DuPont - Shell Oil - Chlorox - Standard Oil - Procter & Gamble - Boeing - Dow Chemical - General Motors - Goodyear - General Mills - Os jogadores
Têm surgido dezenas de firmas de relações públicas para responder à demanda de manipulação mediática de massas. Entre elas: Burson-Marsteller - Edelman - Hill & Knowlton Kamer-Singer - Ketchum - Mongovin, Biscoe, and Duchin - BSMG - Ruder-Finn
Embora são famosas dentro da indústria das RRPP, são nomes que não conhecemos, e por bons motivos. As melhores RRPP são aquelas que ninguém enxerga. Durante décadas têm criado as opiniões com as que fomos criados a maioria de nós, respeito de quase qualquer tema que tem o mais remoto valor comercial, incluindo: medicamentos farmacêuticos ,vacinas , a medicina como profissão, a medicina alternativa , o flúor na agua potável, o cloro , os produtos de limpeza para o lar , o fumo , a dioxina , o aquecimento global , a gasolina com chumbo , a pesquisa e o tratamento do câncer , a poluição dos oceanos , as florestas e a madeira , imagens de famosos, incluído o controle do dano , manejo das crises e desastres , alimentos geneticamente modificados, aspartame (adoçante) , aditivos nos alimentos , amalgamas dentárias
Lição nº. 1
Bernays aprendeu pronto que a maneira mais efetiva de criar credibilidade para um produto ou imagem era mediante o apoio dum “terceiro independente”. Por exemplo, se General Motors falasse que o aquecimento global é uma fraude criada por uns ativistas ecologistas liberais, as pessoas suspeitariam dos motivos da GM, porque a fortuna desta empresa está baseada em vender automóveis. Embora, se um instituto de investigação independente com um nome muito crível como a Coalisão do Clima Global emitira um relatório científico que diz que o aquecimento global é realmente uma ficção, as pessoas começariam a se confundir e a ter dúvidas sobre o tema original.
Assim que isso é exatamente o que fiz Bernays. Com uma política inspirada genialmente, criou “mais institutos e fundações que Rockefeller e Carnegie juntos” (Stauber, pág. 45). Financiados sigilosamente pelas indústrias cujos produtos estavam sendo avaliados, estas agencias “independentes” de pesquisa elaborariam estudos “científicos” e material de imprensa para criar qualquer imagem que os chefes quiseram. Estes grupos têm nomes muitos ressoantes, como: Fundação de Pesquisa sobre a Temperatura, Conselho Internacional de Informação Alimentaria, Alerta ao Consumidor, Coalisão para o Avanço da Ciência Confiável, Fundação para a Higiene do Ar, Federação da Saúde Industrial, Instituto Manhattan, Centro de Qualidade de Frutas e Verduras, Conselho de Pesquisas do Instituto do Fumo, Instituto Cato, Conselho Norte-americano de Ciência e Saúde, Coalisão Global Climática, Aliança para Alimentos Melhores
Soam bastante legítimos, não?
Comunicados da imprensa enlatados
Como Stauber explica, estas organizações e centenas de outras similares são grupos cuja única missão é promover a imagem das corporações globais que os financiam, como os mencionados mais acima. Isto se atinge em parte com uma interminável quantidade de “comunicados de imprensa”, anunciando pesquisas “inovadoras”, em cada estação de rádio e jornais do pais (Robbins). Muitos destes relatórios enlatados se leem como notícias, e de fato são moldados para que pareçam notícias. Isto lhe poupa aos jornalistas o ter que pesquisar os temas, especialmente quando se trata de temas sobre os que sabem muito pouco. Seções inteiras do comunicado ou no caso de notícias de televisão, do clipe, podem ser tomadas intatas, sem edição, se lhes coloca o nome do jornalista ou do jornal ou da estação de TV e pronto! Notícias instantâneas - copiar e colar. Escritas por firmas de RRPP corporativas. Acontece isto realmente? Acontece cada dia, desde que na década dos ´20, Ivy Lee crio o conceito do comunicado de imprensa (Stauber, página 22). Às vezes até a metade das notícias que aparecem num número do Wall St. Journal estão baseadas somente em tais comunicados de imprensa de RRPP (22). Este tipo de histórias estão misturadas com histórias indagadas legitimamente. A menos que tenha feito a investigação você mesmo, não tem forma de saber qual é qual. Assim que quando olhamos que se cita uma nova “investigação”, deveríamos sempre suspeitar primeiro que a fonte é outro grupo financiado por uma indústria. Uma sinal comum são as palavras “avanço importante”.
Características da boa propaganda
Na medida que evolucionou a ciência do controle de massas, as firmas de RRPP desenvolveram mais lineamentos para ser copiados efetivamente. Estas são algumas das joias:
Desumanize ao participante atacado rotulando-o e insultando-o
Use generalizações brilhosas usando palavras emocionalmente positivas
Quando oculte algo, não se expresse de maneira simples; expresse-se com rodeios para ganhar tempo; distraia
Obtenha apoio de famosos, igrejas, desportistas, pessoas da rua - qualquer que não seja experto no tema do que se está falando
O engano da “pessoa comum”: nós os bilionários somos iguais que você
Quando minimize a infâmia, não fale nada memorável
Quando minimize a infâmia, assinale os benefícios do que acaba de acontecer
Quando minimize a infâmia, evite temas morais
Guarde este listado. Comece a procurar estas técnicas. Não é difícil - olhe o jornal de hoje ou o jornal de notícias da noite. Observe-los - estes caras sabem o que fazem!
Extrato artigo http://www.axel.org.ar/articulos/puertas.htm
O século do individualismo: A mão que mexe o berço do Sistema
Psicologia social
O diretor Adam Curtis, com” The Century of the Self” analisa a influência de Edward Bernays, o sobrinho de Freud que inventou o trabalho de Relações Públicas (antes chamado Propaganda) e que utilizou os conhecimentos psicanalíticos de seu tio sobre o inconsciente para criar para as corporações e a CIA métodos de controle e domínio sobre as massas. Bernays ensinou ao sistema que ligando os produtos industriais aos desejos inconscientes dos indivíduos, se poderia lograr que estes fizeram coisas que inicialmente não queriam ou não necessitavam.
Neste vídeo estão integrados os 4 capítulos que compõem o documental:
- Máquinas da felicidade
– A engenharia do consentimento
– Há um policial dentro de nossas mentes: deve ser destruído
– Oito pessoas bebendo vinho em Kettering
Para tomá-lo com calma e o desfrutar por partes. Altamente recomendável para entender as formas sutis de manipulação massiva.
Fontes de Informação
axel.org.ar
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