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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O FUTURO DA TRADUÇÃO








Escreve RAMÓN GONZÁLEZ FÉRRIZ em seu blog “Tormenta de ideias” - El País – Espanha,



A Tecnologia e a classe media

“Num livro publicado em setembro passado, Average is Over, o economista Tyler Cowen afirma que a ideia de classe média que tem ido forjando desde a Segunda Guerra Mundial está, se não condenada a desaparecer, sim ao menos a sobreviver duma maneira muito distinta à das últimas décadas. Nos últimos quarenta anos, diz, o salário do trabalhador médio masculino nos Estados Unidos tem caído uns 28 % e, durante a recessão, uns 60 % dos empregos que se tem perdido aí, eram de salário médio. Nisto tem concorrido circunstancias de todo tipo, porém a mais evidente, afirma, é a tecnologia. O baixo preço e a maior capacidade dos computadores tem mecanizado muitas tarefas, e isso tem feito que alguns empregos tradicionais de classe média estejam desaparecendo a uma grande velocidade em favor de terceiros países ou, simplesmente, das máquinas. O agente de viagens, o empregado do banco, o contador e, por suposto, o trabalhador industrial eram figuras clássicas de nossa economia, e até de nossa vida social, que cada vez são menos necessárias: hoje compramos passagens de avião e fazemos transferências por internet, programas de contabilidade fazem quase sozinhos o que antes faziam várias pessoas e muitas coisas, simplesmente, se fabricam com tecnologia mais avançada ou no estrangeiro. Num futuro muito perto, afirma Cowen, os bons empregos serão aqueles que consistam em fazer coisas que ninguém pode fazer à distância e que as máquinas não saibam fazer, e há que prever que as máquinas saberão fazer cada vez mais coisas. Com uma previsível melhora dos robôs e as transações eletrônicas, diz, uma pequena parte da população -quiçá uns quinze por cento- terá conhecimentos muito específicos que uma máquina jamais incluirá e poderá viver com um bom salário e rodeada de grandes comodidades. Os oitenta e cinco por cento restantes não têm porquê viver na miséria, porém sua existência se sustentará nos salários precários, o consumo de baixo custo e uma proteção do Estado de bem-estar agonizante”.

Ao ler isto, me ocorreu pensar em nosso futuro, no futuro da tradução, como hoje a conhecemos. Para uns a chegada da tradução automática representa uma iminente ameaça, para outros é uma simples ferramenta que pode facilitar sua tarefa.

No mundo de hoje, a tradução tem uma missão, que muitas vezes é considerada não produtiva, por estabelecer uma comunicação média e censurada, mas representa, na verdade, um meio de trocar ideias entre um indivíduo e outro, ou seja, a simples tradução palavra por palavra jamais poderia dar conta de todos os aspectos de uma língua em questão.
Portanto, devemos levar em conta os avanços tecnológicos e tirar proveito de todas as ferramentas disponíveis, mas não devemos prever a extinção da profissão de tradutor. Ao considerar a complexidade envolvida no processo tradutório, percebemos que mesmo utilizando das ferramentas mais avançadas é necessário ter bom senso, criatividade e sensibilidade, aspectos exclusivamente humanos e que fazem a diferença. É importante, então, que o profissional esteja atento às novas tecnologias disponíveis e esteja em constante pesquisa e atualização na sua área de trabalho.

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