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quinta-feira, 6 de abril de 2017

DISTÂNCIAS INTERPESSOAIS

Como saber se você se aproxima muito dos outros, segundo o país onde estiver

Estudo mostra que nas regiões quentes chegamos mais perto dos desconhecidos, e nos afastamos dos íntimos

el país - brasil
Em ‘Família Soprano’, os personagens se aproximavam muito quando queriam se ameaçar.
Em ‘Família Soprano’, os personagens se aproximavam muito quando queriam se ameaçar.

Todo mundo gosta de ter seu espaço pessoal respeitado, e nos sentimos incômodos quando alguém que mal conhecemos nos fala muito de perto.
O tamanho dessa bolha pessoal varia de pessoa para pessoa, e depende também do grau de confiança com nosso interlocutor. Não é a mesma coisa falar com nosso cônjuge ou com nosso chefe.
Além disso, sempre se desconfiou que houvesse diferenças culturais. O antropólogo norte-americano Edward Hall já escrevia, nos anos 1960, que culturas como as do sul da Europa, da América Latina e do Oriente Médio tendem às distâncias interpessoais mais curtas e a um maior contato físico, ao contrário do que aconteceria na América do Norte, norte da Europa e leste da Ásia.
Essa hipótese nem sempre foi confirmada pelos dados, como recorda um estudo liderado por Agnieszka Sorokowska, psicóloga da Universidade de Breslau, na Polônia. Esse trabalho, publicado na revista de psicologia e sociologia Journal of Cross-Cultural Psychology, contou com quase 9.000 participantes de 42 países, aos quais se perguntava pela distância preferida na hora de interagir com um desconhecido, um conhecido ou uma pessoa íntima.
Segundo o estudo, a distância é determinada parcialmente pelo gênero, a idade e o clima, além de preferências pessoais.
A distância preferida em centímetros para interagir com estranhos, com conhecidos ou com pessoas íntimas (clique para ver a imagem em tamanho completo).ampliar foto
A distância preferida em centímetros para interagir com estranhos, com conhecidos ou com pessoas íntimas (clique para ver a imagem em tamanho completo). 
Diferença por gênero: as mulheres preferem uma maior distância que os homens na hora de falar com desconhecidos. Esses resultados não coincidem com estudos prévios. Segundo os autores, os trabalhos anteriores são de “muitos anos atrás”, e por isso alguns condicionantes culturais podem ter mudado. Além disso, em seu trabalho “não se especifica o sexo do indivíduo com o qual se estabelece a conversa”, e é possível que essa distância seja diferente se o interlocutor for homem ou mulher.
Diferença por idade: as pessoas mais velhas guardam mais distância que os jovens quando estão interagindo com conhecidos e com pessoas íntimas.
Diferença por clima: nos países frios, tanto homens como mulheres preferem manter uma maior distância do que nos lugares quentes quando conversam com um estranho ou um mero conhecido.
As diferenças por clima se dão inclusive no mesmo país: “Nos Estados Unidos, as pessoas de latitudes mais cálidas mostravam um comportamento físico mais próximo e com mais contato do que em climas mais frios”, diz o trabalho. Os autores relacionam esse fato com a cognição incorporada e com alguns experimentos que mostram como o calor (inclusive as bebidas quentes) podem propiciar a proximidade social.
Por outro lado, nos países frios as pessoas se aproximam mais quando interagem com um amigo íntimo ou com seu cônjuge. Segundo os autores do estudo, “é possível que alguns efeitos negativos do frio sejam aliviados graças às distâncias íntimas mais curtas”. Ou seja, nos lugares quentes nos aproximamos mais dos estranhos e dos simples conhecidos, mas nem tanto dos íntimos.
Não é algo que ocorra sempre: Romênia e Hungria são os dois países que preferem manter a maior distância em relação aos desconhecidos, de acordo com essa conclusão do estudo. Entretanto, os seguintes na lista são Arábia Saudita, Turquia e Uganda.
Na Romênia também se prefere uma distância menor em comparação a outros países quando se fala com uma pessoa íntima, algo que também ocorre em lugares frios como a Noruega, a Alemanha e a Ucrânia.
Os autores recordam que há estudos que mostram que nos sentimos invadidos e reagimos com emoções negativas quando outra pessoa invade o nosso espaço pessoal. E, por outro lado, as pessoas que interpretam de forma correta o espaço que deveriam deixar ao falar com os demais tendem a agradar mais e a serem mais persuasivas.

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