RSC em Ibero América: Oportunidade ou Irrelevância
Responsabilidade Social Corporativa
Uma avaliação do desenvolvimento da RSC em Ibero América no umbral da implosão do mantra neoliberal!
Autor: Álvaro de Regil Castilla
A avaliação que este trabalho faz sobre a RSC em Iberoamérica - previamente publicado em 2006 no Social Responsibility Journal– segue tão vigente como então. Na região campeã por albergar a maior desigualdade social a nível mundial, o autor expressava então grande ceticismo a respeito ao valor que o desenvolvimento da RSC poderia ter em Iberoamérica para obrigar a que as empresas se comportem duma maneira sustentável desde a perspectiva das sociedades livres. Considerava muito difícil alcançar um entorno de verdadeira RSC devido a parodia democrática que se vive não só na região senão virtualmente no mundo tudo. Argumentava que as sociedades de hoje estão totalmente dominadas pelo mercado, pois todas as decisões de governo se tomam desde a perspectiva do mercado e não dentro do cumprimento da responsabilidade democrática elemental de procurar o bem estar de cada nível da sociedade. Em seu lugar, se vive em mercadocracias, em ibero-américa e em grande parte do mundo, o qual se distingue por grandes doses de corrupção em os governos, que atuam como agentes do mercado e não como servidores públicos que governam obedecendo ao mandato cidadão.
Três anos depois, com a implosão global e crise extrema do capitalismo, se faz farto evidente o futuro da RSC mundialmente. O autor descreve a irrelevância do desenvolvimento de conceptos concretos de RSC na região por ser em sua vasta maioria, como no resto do mundo, concebidos desde o contexto do mercado, como o valor supremo e reitor da vida das sociedades atuais. Por isso, segundo o autor, a RSC atual está longe de responder às demandas essenciais dos ibero-americanos. O exemplo mais conspícuo à ausência na RSC atual dum elemento vital para a dignidade humana: o direito humano a um trabalho e a um salário digno, segundo expresso o artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
Em opinião do autor, devido à pilhagem que o império do mercado comete e a desigualdade extrema que gera, há em iberoamérica um sentimento de urgência que não existe em outras regiões do Sul. Independentemente de seu conhecimento ou não sobre a RSC, os ibero-americanos sabem muito bem que as corporações não podem reger o mundo e ditar a seus governos políticas em beneficio de seus muito privados interesses. Isto os há obrigado a mobilizar-se para enfrentar às estruturas de poder que tem imposto o dogma do livre mercado. Dita mobilização tem logrado já em vários países sul-americanos desfazer-se de governos oligárquicos, mas não ainda desmantelar de todo às estruturas de exploração.
Este argumento em 2009, com a implosão global do entorno de livre mercado, se há materializado com enorme força em Iberoamérica e em todo o mundo. Pelo que, como augurava o autor, a RSC em Iberoamérica e em tudo o mundo não terá futuro a menos que se enuncie como um marco obrigatório dentro dum novo paradigma centrado no bem estar da gente e o planeta e não no mercado.
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