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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
CONSTELAÇÕES FAMILIARES
Que são as constelações familiares?
“O esforço permanente de cada facilitador de Constelações consiste em aceitar e/ou reconhecer cada pessoa, cada sistema, cada realidade tal e como é, de maneira que também o consulente possa reconhecer mais facilmente o que necessita para resolver seu problema e para seu crescimento”.
Jacob Schneider.
Um dos grandes aportes terapêuticos que há feito Bert Hellinger é sem dúvida o enfoque trans-geracional do sofrimento humano. Ele, junto com outros terapeutas tem insistido na importância dos antepassados tanto na gênesis como na cura do sofrimento humano. Nossas lealdades inconscientes com nossa rede familiar é uma comprovação que podemos ver cada vez mais nas oficinas de constelações familiares, e, felizmente também esse tecido familiar ancestral se tem convertido em fonte de cura para muitos dos participantes. Em meu caso, cada vez mais se acrescenta a confiança no grupo, confio no grupo; tanto no grupo familiar ao que pertenço como do grupo familiar ao que pertence você e especialmente do grupo de participantes.
Em minha opinião, mais importante que constelar a história pessoal, é se abandonar à força que o grupo tem, pois os participantes são desde o início da oficina representante genuínos de tua rede familiar, especialmente teus antepassados. Desta maneira ajudo a que cada participante se centre o mais possível e solicite ao grupo o que sua alma realmente necessita, independentemente de que ele constele ou não, se a petição está feita com seriedade e vai dirigida com confiança ao grupo que trabalha, tenho sempre a seguridade de que a alma encontrará seu próprio caminho, e que a solução chegará ainda não sempre da maneira como a pedíamos.
Temos aprendido a reconhecer as lealdades profundas que guardamos com nosso sistema familiar, com nossos ancestres, e temos aprendido também a converter nossa história familiar numa fonte de força. Seguir trabalhando para por ordem em nossas relações, é uma espécie de higiene "relacional" que nos permite estar com os outros no lugar correto, com alegria, dignidade e atitude amorosa. O grupo te ajudará a que reconheças o lugar que te corresponde em teu trabalho, tua família, teu país, etc. Se estás enfermo, serás especialmente cuidado, e o grupo estará à serviço de tua dor, o grupo te ajudará a que vivas tua enfermidade da maneira mais digna possível, sabendo sempre que a dor é inevitável e que o sofrimento é uma eleição.
Pais e filhos
"Cada noite faço uma reverência a meus pais porque nunca vi Deus"
É uma frase e uma maneira de afirmar o convencimento que temos que estamos conectados com a essência da vida através do mais imediato que temos: nossos pais.
Sem dúvida assim como o rio se nutre de sua fonte, os filhos se nutrem dos pais. É dizer que a ordem do amor aplicável à relação pais e filhos é "os pais dão, os filhos recebem", sem embargo há filhos que se negam a tomar dos pais, bem seja porque tem razões "objetivas" ou bem porque realizam um intento amoroso e inconsciente de "ajudar-los – salvar-los".
Há varias situações nas quais um filho se nega a tomar dos pais (e por tanto da vida).
Às vezes o histórico existente na relação com nossos pais nos poderiam dar argumentos lógicos para negar-nos a tomar deles, embora, em minha experiência me encontrei com pessoas que tem sofrido incluso maltrato por parte dos pais e posso testemunhar sua liberação quando são capazes de centrar o olhar além desse histórico e tomam a vida tal como lhes tem sido dada através desses pais concretos. Nestes casos é importante aplicar a sabedoria do ESQUECIMENTO, essa disciplina espiritual que tem a ver com o fato de afastar o olhar e seguir caminhando.
Acontecem às vezes que os pais estão doentes, ou morreram, ou tiveram muitas dificuldades para ter uma vida digna. Nestes casos há uma tendência natural dos filhos a manter uma lealdade com os pais e assim vemos como os filhos se enfermam, não aproveitam a vida e se negam inconscientemente a encontrar um trabalho digno, uma vida feliz para suster a lealdade com seus pais. Quando encontro uma criança que não dorme, imediatamente me pergunto... A quem vigia esta criança? Se não come... Por quem jejua? Se está muito doente... A quem quer salvar?
Costuma acontecer também que um filho procure corrigir o emendar aos pais, convencido de que ele ou ela fará melhor as coisas do que o fizeram seus pais e que por tanto não repetirá os erros. Minha experiência me diz que quando um filho aceita aos pais tal como são, então realmente está em possibilidades de conseguir um destino melhor.
É um fato evidente que vimos à vida a partir de alguém, NASCEMOS VINCULADOS, e somos o rio que se nutre da fonte que são nossos pais e o rio não pode subministrar água a sua própria fonte. Pode subministrar água a outros rios e ser a sua vez fonte de outros rios.
Esta ordem básica de relação com os pais não é um preceito moral, é uma condição básica para que o amor flua.
É uma pequena parte do trabalho de constelações familiares, olhar como estamos situados em relação com nossos pais e restabelecer o fluxo vital que vem de longe através de nossos pais.
Porque olhar à família?
As oficinas de constelações familiares, com o passar do tempo se vão transformando num caminho para encontrar o sitio que nos corresponde no sistema familiar, e em geral o resultado é o encontro com o mais autentico de nós mesmos, nos percebemos então livres, dignos e com uma atitude amorosa.
Os participantes costumam vir – e é compreensível tal atitude- com uma espécie de pensamento mágico, quase infantil, há alguém “de fora” que lhes solucionará seu problema. E grande é a surpresa quando descobrimos que as grandes linhas de nossa vida as temos escolhido desde o mais profundo de nosso inconsciente por amor e lealdade ao nosso sistema.
Assim temos olhado como –sem aparente relação- um antepassado que foi excluído, olvidado, marginado, não amado... é RECUPERADO para a família por um dos posteriores, ainda sem haver-lo conhecido.
Outras vezes nos temos maravilhado de como um posicionamento incorreto diante de nossos pais, irmãos, casal... impede-nos ter uma vida digna.
É pela família, que temos elegido – da maneira mais inconsciente- o lugar no qual estamos, é na família – representada pelos outros assistentes à oficina- onde encontraremos uma boa solução para o que nos acontece.
TUA ALMA SABE O QUE NECESITAS, para onde deves caminhar. É tua alma coletiva, essa que compartes com os membros de tua família, o sabe de melhor maneira, só tens que te expor sem intenções, do jeito mais livre possível, no silêncio das reflexções porque é aí onde tua alma desperta.
A enfermidade
“A enfermidade, oculta uma felicidade invisível para nossos olhos.”
Esta frase soa paradoxal porque essa “falta de firmeza” geralmente provoca dor; se a dor se lhe agrega uma falta de “assentimento” e ainda mais, pretendemos descobrir –totalmente- o fundo misterioso que a fragilidade do ser tem então nos topamos com o sofrimento, esse agregado racional. O dor é inevitável, o sofrimento uma eleição.
“Há um fio invisível que vincula um sofrimento atual com um profundo dor não reconhecida”
Leibnitz o otimista pensava que Deus criou o melhor mundo possível e entendia o mal (a enfermidade) como um defeito do ser, hoje eu poderia dizer: A enfermidade como OUTRA maneira de ser, um posicionamento diferente do ser, uma troca de cenário, um esforço do ser para suster a Harmonia Ontológica.
Na minha experiência, o verdadeiramente enfermo vai ao encontro com o destino coberto com um véu de desamparo, em solidão e com uma sutil fascinação.
Qualquer enfermo merece meu respeito e meu silêncio antes que minha compaixão ou minhas ganas de “atuar”, e confesso predileção por aqueles que –sem deixar de lado seu tratamento- tem coberto sua dor com a beleza do silêncio.
Os três amigos de Job se sentaram A SEU LADO por sete dias e sete noites, em silêncio porque viam que sua dor era muito grande.
O silêncio tem força.
Tenho podido testemunhar como a enfermidade muitas vezes é uma lealdade ao sistema familiar: a um antecessor com um destino difícil, a uma dor coletiva familiar, a uns pais doentes, a uma criança morta antes que eles, uma espécie de oferecimento em sacrifício pelo honor da família...
É uma lealdade amorosa e inconsciente, cujo resultado é a dor / enfermidade é uma concomitante felicidade ontológica, porque mediante a enfermidade, o enfermo tem a ilusão (inconsciente do tudo) de que renunciando a sua vida e a sua felicidade conseguirá salvar ou assegurar a vida e a felicidade dos membros de sua comunidade, ainda quando estes já tenham morto, ainda quando não os tenha conhecido.
O médico está obrigado a oferecer seus recursos terapêuticos com o fim de curar ao enfermo, o terapeuta, melhor dito, o “acompanhante” deve pôr-se em consonância com o destino do paciente, como solicitando um resultado igualmente leal e amoroso, porém menos trágico: seguindo o discurso de Leibnitz o milagre é possível. O milagre ordinário seria: um assentimento ao destino tal como aparece, serenidade ante a grandeza da enfermidade; o milagre extraordinário seria: A cura.
Nas constelações esperamos ambos
O sistema familiar
Ante as graves dificuldades dizer-lhe a alguém: CONFIA! poderia soar ingênuo. Mas é justo quando os seres humanos estão ao limite quando podemos centrar o olhar no fio condutor da vida que portamos.
Tua própria vida vem de muito longe, através de tua rede familiar. As grandes linhas de tua vida, as felizes e as difíceis, se explicam em função de tua rede familiar. A solução também virá daí.
Kropotkin propõe a cooperação e o altruísmo como um fator coadjuvante na evolução, des - focando a ênfase Darwiniana na competitividade dos indivíduos.
Na experiência com constelações, é a cooperação e o amor o que leva a membros dum sistema a escolher desde o mais inconsciente um lugar de sofrimento por lealdade ao sistema. Desta maneira se existiu um excluído por alcoólatra, um dos posteriores o imitará de maneira amorosa.
Tenho visto, por exemplo, mulheres sozinhas que no profundo possuem uma lealdade com outras tantas mulheres sós que existiram em seu sistema familiar.
É necessário encontrar o sítio amoroso que temos escolhido e buscar outro sítio igualmente amoroso e leal, porém não trágico.
Que se consegue com uma constelação?
As constelações familiares são uma terapia grupal orientada a buscar SOLUÇÕES no contexto familiar. Enfatizo o fato de que se trata de procurar soluções, porque a tendência natural dum paciente ou um consulente é a de buscar o problema mais que a solução. Parece ser que há como um gosto patológico em se recrear nos problemas. Se olharmos demasiado o problema se deixa de ver a solução.
O primeiro objetivo consiste em CENTRAR ao paciente no que realmente necessita, pois muitas vezes para evitar o problema principal o paciente se perde em problemas secundários. Geralmente consigo centrar ao paciente na base dum diálogo respeitoso, direto no qual impeço que me seduza com sua dor, pelo contrário antes que minha compaixão lhe ofereço meu respeito, através da intuição e da informação que me dá à respeito de sua família; um problema laboral em realidade esconde um conflito de grupo familiar, um problema de ciúmes é a transmutação de abusos na infância, etc. CADA CASO É UNICO não há estereótipos para explicar a dor dos pacientes.
Os pacientes chegam com um anseio GENUINO de encontrar um “milagre” e através de testemunhos das famílias tenho podido vivenciar fatos realmente inesperados, que parecem uma autentica intervenção divina (ou do destino): mulheres que conseguem engravidar, enfermos graves que curam, adictos que são capazes de transformar a lealdade amorosa de sua adição por uma atitude menos destrutiva, incluso um par de gêmeos com sérios problemas visuais na retina que lograram se curar de tudo. Sem embargo, todos estes casos são por assim dizer-lo- milagres “extraordinários”, me fio mais dos milagres “ordinários”, é dizer quando conseguimos que os participantes nas oficinas ACEITAN a sua realidade tal como aparece, quando se põe em marcha um processo no que pouco a pouco e dia a dia se vai pondo ORDEM em nossa vida, vamos encontrando o SITIO que realmente nos corresponde na estrutura de nossas relações.
Minha experiência pessoal me diz que já com essa CONCORDANCIA se vive o primeiro vislumbre de paz.
Por último, direi que as soluções não sempre têm que ser de ordem racional. Muitas vezes digo que com os pacientes há que falar um discurso DIFERENTE do que eles têm, porque é evidente que o discurso deles NÃO TEM FUNCIONADO do contrário não estariam solicitando ajuda.
Costuma ser difícil “desprogramar” o discurso FERREO que os pacientes possuem sobre seus problemas, pois alguns deles possuem um mestrado-sem saber-lo- sobre suas dificuldades, é dizer, são expertos em sua dor. O trabalho consiste em fazer-los expertos na solução e, repito muitas vezes a solução não é de ordem racional.
É evidente que o discurso racional FUNCIONA, assim como a física de NEWTON também funciona, porém nem a razão explica tudo, nem a física Newtoniana resolve todos os enigmas.
Confiança
O trabalho com constelações familiares é um convite a se expor a algo maior, sem ânimos de manipular o sistema familiar que nos há modulado, sem a pretensão inicial de querer cambiar o destino de ninguém, simplesmente abrir nossa consciência para que apareça uma imagem (constelação) que sana.
As constelações são um espaço para encontrar soluções que não têm a ver com a razão, daí que quem quer “entender” seu sofrimento simplesmente soma conhecimentos ao mestrado que faz sobre sua vida. As soluções que encontramos são o resultado de olhar o amor que há detrás duma vida difícil, e que a maioria das vezes descobrem lealdades em nosso sistema familiar.
As soluções muitas vezes simples, simplesmente requerem assentimento à algo maior; outras vezes requerem da ordem no sistema familiar, que descubra qual é o sítio que tem ocupado até agora –desde o intento amoroso de sanar coisas- e que te fez sofrer, e te situar onde te corresponde para poder ter uma vida digna
Um sábio
“Um sábio é aquele que há deixado de sofrer”.
A dor é inevitável, mas o sofrimento é uma eleição. Deixar de sofrer (ter sabedoria) não sempre é fácil, sem embargo, podemos treinar agüentando a incerteza, aceitando o desafio de estar lançados neste universo com a mínima informação consciente.
Nas constelações se enxerga qual lugar tem escolhido em teu sistema familiar, qual é tua posição à respeito de teus pais; e se procura encontrar um igualmente amoroso, porém que permita uma vida digna.
Os participantes representarão aos membros de tua família e através deles poderás: tomar a vida que tenha sido dada através de teus pais, por em ordem a tuas relações e mediante estes singelos instrumentos começar a ter uma vida feliz.
Estamos unidos
Os assistentes às constelações se surpreendem da facilidade com que se cria um ar familiar e íntimo. O resultado sempre foi –depois de vários anos de experiência- um ambiente íntimo e cordial.
Surpreende muito que os assistentes, desconhecem detalhes da vida e a família dos outros assistentes, sem embargo às horas de representar pessoas ausentes –incluso mortos- da família de algum assistente, aparecem sentimentos nítidos que correspondem a aquele que se está representando, é dizer, se alguém representa a tua mãe –que não está presente na oficina- te olhará com os mesmos olhos com os quais costuma te olhar tua mãe, incluso se ela já morreu. É realmente comovedor.
As oficinas de terapia familiar sistêmica com enfoque nas constelações familiares, há tido como resultado soluções onde parecia que não às havia. O efeito mais imediato é o aprendizado de olhar nossa vida com um enfoque diferente. Todos têm uma teoria e um razoamento a respeito de nossa vida e nossas dificuldades, geralmente desconhecemos que AS GRANDES LINHAS DE NOSSA VIDA são eleitas no mais profundo de nosso inconsciente em função de nossa família, incluso embora não hajamos convivido com eles, ainda estejamos separados fisicamente, além que alguns hajam mortos antes que nascêramos nós... ainda que nem saibamos de sua existência. Mas é a mesma família, que tem os recursos para que encontres um caminho digno, livre e amoroso.
As constelações familiares deixam na alma uma sensação de unidade, difícil de descrever, só por isso já é uma grande experiência assistir.
Fazemo-nos adultos
Costumo repetir que “nos fazemos adultos apreendendo a agüentar a culpa”, e embora requeira matizes, posso afirmar que as crianças têm o anseio de permanecer sempre inocentes, daí que um dos grandes esforços que fazemos os seres humanos é conservar a inocência a custa do que seja; curiosamente chegamos a fazer maldades com o propósito de defender nossa inocência. O diálogo entre inocentes é impossível, entre pecadores nos entendemos bem.
Também nos fazemos adultos agüentando a incerteza. Quando pretendemos saber tudo, entender tudo entramos num labirinto que nos pode levar à confusão; curiosamente, agüentar em silêncio o que parece difícil de entender ou de viver, nos eleva, nos engrandece, é um pequeno passo à sabedoria.
Crescemos quando nossa esperança se converte numa atitude sólida, e abandonamos o mundo da fantasia. Costumo me perguntar... que necessitas? E o trabalho coletivo ajuda a que a petição seja com esperança, porém realista. É bem certo que através do trabalho sistêmico temos visto resultados que poderíamos qualificar como milagre, sem embargo, o melhor milagre que podemos esperar é o assentimento à vida tal como aparece, a concordância com as circunstâncias que nos rodeiam, porque então somos humildes e parece que é então quando o destino nos acaricia.
As constelações estão feitas para quem está vivendo situações difíceis cuja solução escapa aos recursos habituais, e também estão feitas para quem têm interesse em se converter num adulto com esperança.
Pertencemos
Este é o primeiro direito e a primeira alegria: pertencer.
Pertencemos antes de mais nada à família onde nascemos, e com eles compartilhamos destino. Pertencemos à terra que nos viu nascer e aos lugares onde temos crescido.
Pertencemos a aqueles a quem temos amado. Também pertencemos a aqueles com quem o destino nos há vinculado: nossos parceiros, com quem temos tido filhos, com quem nos temos topado num acidente, etc.
Todo o vivido de maneira pessoal nos pertence –é evidente- porém também nos pertence o vivido pelos membros de nossa família, ainda quando já estejam mortos, ainda quando não os tenhamos conhecido. É uma informação –geralmente inconsciente- que levamos em nosso ser.
Pertencem-nos as vivências de todos os sistemas aos que pertencemos: família, cultura, raça, religião, país, etc. E de alguma maneira, nosso posicionamento vital sempre busca o melhor lugar possível, embora muitas vezes isso acarrete sofrimento. Assim por exemplo, se vários membros de nossos antepassados conheceram a fome e o medo; a morte prematura e a dificuldade para ter uma vida digna pudessem compreender que no fundo de nossa alma tenhamos o anseio de aliarmos com eles, de maneira amorosa, é um amor cego que não sana, enferma.
Nas oficinas de terapia sistêmica se busca o assentimento a todo o que pertencemos como um passo inicial para encontrar uma vida livre e digna, indagamos com respeito qual há sido nosso posicionamento inconsciente e amoroso diante dos mitos familiares. É dizer: que temos tentado fazer de maneira amorosa e inconsciente por nossa família, pelos membros de nosso sistema que tiveram uma vida difícil? etc. E buscamos uma solução que preserve a lealdade e o amor, mas que nos permita uma vida digna a nós e honre aos membros de nosso sistema.
Pertencer, nos engrandece.
A ordem
O Amor cresce e floresce dentro duma ordem que dá a cada membro da família um lugar de dignidade e respeito. Todos somos membros duma família e estamos ligados por profundos laços de amor e lealdade. Em muitos casos, este amor e esta lealdade nos levam à felicidade, porém também nos podem trazer infelicidade e enfermidade.
Somos leais aos mitos familiares, há uma espécie de “consonância” inconsciente, arcaica e amorosa com aqueles membros de nossa família, de nosso sistema que tem tido uma vida difícil, por exemplo: uma criança morta, um morto na guerra, alguém foi expulso, esquecido, marginalizado, excluído, etc.
Todos aqueles membros de nossa família que tiveram um destino difícil encontram em nossa vida um eco solidário (inconsciente). É um amor que enferma.
O trabalho com a terapia sistêmica ajuda a reconhecer a lealdade que guardas a teu sistema familiar, e como esse amor e essa lealdade tem modulado as grandes decisões de tua vida, e algumas vezes significaram uma dificuldade para encontrar uma vida digna.
Chegamos a esse reconhecimento, pondo representantes para os membros da família. É um fato fascinante ver nos olhos de desconhecidos os olhos dos membros de tua família.
Na família está a solução para o realmente importante da vida. Só é necessário se colocar no lugar que te corresponde.
A humildade
A terapia familiar sistêmica -trabalhando com representantes- é um dos métodos mais eficazes para encontrar o lugar que te pertence, aí onde podes ter uma vida digna, livre e amorosa.
As oficinas costumam ser intensas no emotivo, fascinantes quando através duma representação –as quais chamaram constelações- descobrimos lealdades a nosso sistema familiar que desconhecemos.
Porém sem dúvida, o aprendizado transcendente destas oficinas é a humildade, a consciência do limite. Somos humildes quando sabemos nosso limite, e pelo tanto respeitamos aquilo que está fora de nosso alcance, sejam pessoas ou conhecimentos. Somos humildes quando sabemos respeitar nosso próprio espaço, e sobre tudo, somos humildes quando pomos Ordem em nossa vida.
Surpreendem os câmbios que pode chegar a ter uma vida “ordenando” as relações familiares. Quando os membros duma família ocupam o lugar que lhes corresponde, a alma coletiva permite o fluxo da vida de maneira digna e livre.
Você é humilde quando ocupa o lugar que lhe corresponde em geral na vida e em particular nos sistemas de relações aos que pertence. Quando consegue ser humilde, você também é feliz.
O um e o múltiplo
O grande mistério que nos envolve aos seres humanos na atualidade segue sendo o mesmo do que se ocupavam os povos de antão: A relação entre O Um e o múltiplo; a relação do eterno com o que vai trocando; Deus e suas criaturas.
Nas oficinas de constelações concorrem pessoas que tem sérias dificuldades para poder viver uma vida digna: problemas de saúde, de trabalho, de relações humanas, etc.
Através das representações descobrimos muitas vezes a indeclinável lealdade que guardamos com os grandes mitos familiares e descobrimos que nossas grandes decisões inconscientes e que modulam nossa maneira de viver obedecem a uma cercania com o que já se ha vivido em nossa família, e na maioria dos casos, quando se trabalha com total liberdade, quando nos expomos de verdade a isso “superior” que não alcançamos a entender, nos encontramos com a agradável surpresa de que as pessoas vão encontrando um caminho digno para viver.
Se há comprovado –mediante este trabalho- que em realidade Alguém sempre vigia pelo múltiplo, daí me surge à pergunta: deveríamos pedir se somos conscientes de que no fundo estamos cuidados?
Como frágeis seres que somos, é compreensível que ante um sofrimento ou dificuldade, elevemos os olhos ao céu. Nas oficinas de constelações familiares, temos apreendido a fazer-lo e a exercitar-nos na consciência de que no fundo nossa súplica é uma canção.
O fascinante mundo do casal
Fala-se de maneira irônica que um casal é composto por dois seres maravilhosos que fazem mutuamente a vida difícil, na realidade o casal é uma escola de conhecimento e de humanismo, que às vezes se tinge de romance, de sexo, de economia, etc. Porém basicamente é uma escola para entender ao ser humano.
É evidente que a vida em solidão é muito mais fácil que a vida de casal, embora, a vida de casal é mais enriquecedora.
Ao casal levas tudo o que você é, especialmente o que tem recebido de tua família de origem, de teus pais, e acontece com freqüência que ao casal lhe pedimos o que na realidade ansiamos dos pais, daí a máxima da terapia familiar que diz: “os problemas de casal costumam ser em realidade, problemas da família de origem”, é por isso que muitas vezes nas entrevistas com casais, é bom escrever suas queixas ("não me ouves, não me atendes, não é carinhosa comigo, etc.") e logo as repitam pensando em sua mãe ou pai.
Acontece com freqüência que o casal terminou e ambas as partes resistem à separação, parecera que necessitam fazer-se dano para justificar a retirada,… Como saber se ainda há casal ou não?...
Um casal se sustenta em três pilares, deve haver ao menos dois para suster-lo.
O primeiro inclui o romance, a paixão, o sexo.
O segundo é a ternura, o cuidado.
O terceiro é a admiração.
Quando não há casal é possível seguir vivendo juntos, mas SABENDO que não há casal.
Porque curiosamente nos negócios costumamos fazer as coisas corretas:
Diálogo, reflexão, decisão e ação.
Quando decidimos que faremos uma viagem, não subimos -geralmente- ao avião imediatamente depois de decidir-lo, entre a decisão e a ação há um parêntesis. No relacional em troca costumamos fazer as coisas ao invés: Atuamos, logo nos propomos decidir e queremos dialogar quando já é muito difícil.
O amor é uma intimidade compartida: há intimidade intelectual, física, familiar, afetiva, esportiva, etc. O ideal é que a parceira(o) seja a pessoa com a qual compartilhamos mais intimidade que com ninguém no mundo.
Finalmente, Ao parceiro lhe podemos dizer: “No mundo há muitas pessoas melhores que você, porém eu escolhi você, porque a alegria de que existas são superiores as minhas fantasias” É dizer, que se requer um gesto social, uma metáfora forte para fazer saber ao entorno que você tem parceira/o, por suposto que o gesto social do matrimônio religioso ou civil é a metáfora mais intensa do compromisso, porém há outras variantes. Não acredito no argumento de "não nos casamos -não fazemos um gesto social de compromisso- porque nosso amor não necessita papeis", na realidade, a maioria das vezes a mensagem que há detrás -legítimo também- é o seguinte: "Estou esperando alguém melhor que você". Pode-se estar em casal sem estar casado, sem haver feito um gesto social de compromisso, sabendo que no fundo, se espera a alguém melhor.
O amor é o resultado dum equilíbrio superior, e no amor, o pior erro segue sendo... NÃO FAZER-LO.
Sanar
Frases como “sanar tua criança interior”, “sanar teu passado”, “sanar tua alma” estão muito de moda nos anos recentes, é impossível obter uma verdadeira cura se não se vive um processo terapêutico que envolva os eventos da infância do paciente, porém também deve incluir os eventos de sua família ainda quando não tenha participado ele ou ela fisicamente, ainda quando não saibas nada a respeito e ainda quando tenha acontecido em gerações anteriores.
As oficinas de constelações são uma bela maneira de encarar digna e serenamente os eventos passados pessoais e familiares. É realmente surpreendente como se podem tratar temas difíceis: a loucura, as injustiças, os abusos, a morte, as enfermidades graves, a desgraça em geral... tudo isto num contexto de intimidade e respeito; nas oficinas os participantes ficamos com a sensação de haver trabalhado com o grupo e para o grupo, de haver tocado temas difíceis e de haver-lo feito com pessoas que parecem foram amigos de toda a vida, ainda quando seja a primeira vez que nos vemos. Isto é possível porque no fundo, os participantes na oficina são representantes de nosso sistema familiar, e é a permissão de nossa família o que faz possível o ambiente de intimidade, respeito, dignidade e amor, só nesse contexto se pode conseguir a saúde da alma que se manifestará numa vida livre, digna e amorosa.
¿Qué son las constelaciones familiares?
“El esfuerzo permanente de cada facilitador de Constelaciones consiste en aceptar y/o reconocer a cada persona, cada sistema, cada realidad tal y como es, de manera que también el consultante pueda reconocer más fácilmente lo que necesita para resolver su problema y para su crecimiento”.
Jacob Schneider.
Una de las grandes aportaciones terapéuticas que ha hecho Bert Hellinger, es sin duda el enfoque transgeneracional del sufrimiento humano. El, junto con otros terapeutas han insistido en la importancia de los antepasados tanto en la génesis como en la curación del sufrimiento humano. Nuestras lealtades inconscientes con nuestra red familiar es una comprobación que podemos ver cada vez más en los talleres de constelaciones familiares, y, felizmente también ese entramado familiar ancestral se ha convertido en fuente de sanación para muchos de los participantes. En mi caso, cada vez más se acrecienta la confianza en el grupo, me fío del grupo; tanto del grupo familiar al que pertenezco, del grupo familiar al que perteneces tú y especialmente del grupo de participantes.
En mi opinión, más importante que constelar la historia personal, es abandonarse a la fuerza que el grupo tiene, pues los participantes son desde el inicio del taller representantes genuinos de tu red familiar, especialmente tus antepasados. De esta manera ayudo a que cada participante se centre lo más posible y pida al grupo lo que su alma realmente necesita, independientemente de que Él constele o no, si la petición está hecha con seriedad y va dirigida con confianza al grupo que trabaja, tengo siempre la seguridad de que el alma encontrará su propio camino, y que la solución llegará, no siempre de la manera como la pedíamos.
Hemos aprendido a reconocer las lealtades profundas que guardamos con nuestro sistema familiar, con nuestros ancestros, y hemos aprendido también a convertir nuestra historia familiar en una fuente de fuerza. Seguir trabajando en poner orden en nuestras relaciones, es una especie de higiene "relacional" que nos permite estar con los otros en el lugar correcto, con alegría, dignidad y actitud amorosa. El grupo te ayudará a que reconozcas el lugar que te corresponde en tu trabajo, tu familia, tu país, etc. Si estás enfermo, serás especialmente cuidado, y el grupo estará al servicio de tu dolor, el grupo te ayudará a que vivas tu enfermedad de la manera más digna posible, sabiendo siempre que el dolor es inevitable y que el sufrimiento es una elección.
Padres e hijos
"Cada noche hago una reverencia a mis padres porque nunca he visto a Dios"
Es una frase y una manera de afirmar el convencimiento que tenemos que estamos conectados con el fondo último de la vida a través de lo más inmediato que tenemos: nuestros padres.
Indudablemente asi como el rio se nutre de su fuente, los hijos se nutren de los padres. Es decir que el orden del amor aplicable a la relación padres e hijos es "los padres dan, los hijos reciben", sin embargo hay hijos que se niegan a tomar de los padres, bien sea porque tienen razones "objetivas" o bien porque realizan un intento amoroso e inconsciente de "ayudarlos-salvarlos".
Hay varias situaciones en las que un hijo se niega a tomar de los padres (y por ende de la vida).
A veces el anecdotario existente en la relación con nuestros padres nos podría dar argumentos lógicos para negarnos a tomar de ellos, sin embargo, en mi experiencia me he encontrado con personas que han sufrido incluso maltrato por parte de los padres y he podido atestiguar su liberación cuando son capaces de centrar la mirada más allá de ese anecdotario y toman la vida tal como les ha sido dada a través de esos padres concretos. En estos casos es importante aplicar la sabiduría del OLVIDO, esa disciplina espiritual que tiene que ver con el hecho de apartar la mirada y seguir caminando.
Ocurre a veces que los padres están enfermos, o murieron, o tuvieron muchas dificultades para tener una vida digna. En estos casos hay una tendencia natural de los hijos a mantener una lealtad con los padres y así vemos como los hijos se enferman, no aprovechan la vida y se niegan inconscientemente a encontrar un trabajo digno, una vida feliz para sostener la lealtad con sus padres. Cuando me encuentro con un niño que no duerme, inmediatamente me pregunto ¿a quien vigila este niño?, si no come ¿por quién ayuna?, si está muy enfermo ¿a quién quiere salvar?
Suele ocurrir también que un hijo quiera corregir o enmendar a los padres, convencido de que él o ella hará mejor las cosas de lo que lo hicieron sus padres y que por lo tanto no repetirá los errores. Mi experiencia me dice que cuando un hijo acepta a los padres tal como son, entonces realmente está en posibilidades de lograr un destino mejor.
Es un hecho evidente que venimos a la vida a partir de alguien, NACEMOS VINCULADOS, y somos el río que se nutre de la fuente que son nuestros padres y el río no puede suministrar agua a su propia fuente. Puede suministrar agua a otros ríos y ser a la vez fuente de otros ríos.
Este orden básico de relación con los padres no es un precepto moral, es una condición básica para que el amor fluya.
Es una pequeña parte del trabajo de constelaciones familiares, mirar como estamos situados en relación con nuestros padres y restablecer el flujo vital que viene de lejos a través de nuestros padres.
¿Por qué mirar a la familia?
Los talleres de constelaciones familiares, con el paso del tiempo se van transformando en un camino para encontrar el sitio que nos corresponde en el sistema familiar, y en general el resultado es el encuentro con lo más auténtico de nosotros mismos, nos percibimos entonces libres, dignos y con una actitud amorosa.
Los asistentes suelen venir – y es comprensible tal actitud- con una especie de pensamiento mágico – infantil, hay alguien “de fuera” que les solucionará su problema. Y grande es la sorpresa cuando descubrimos que las grandes líneas de nuestra vida las hemos elegido desde lo más profundo de nuestro inconsciente por amor y lealtad a nuestro sistema.
Así hemos visto, como –sin aparente relación- un antepasado que fue excluido, olvidado, marginado, no amado... es RECUPERADO para la familia por uno de los posteriores, aún sin haberlo conocido.
Otras veces nos hemos maravillado de cómo un posicionamiento incorrecto delante de nuestros padres, hermanos, parejas... nos impide tener una vida digna.
Es por la familia, que hemos elegido – de la manera más inconsciente- el lugar en el que estamos, es en la familia – representada por los otros asistentes al taller- donde encontraremos una buena solución para lo que nos acontece.
TU ALMA SABE LO QUE NECESITAS, hacia donde debes caminar. Y tu alma colectiva, esa que compartes con los miembros de tu familia, lo sabe de mejor manera, solo tienes que exponerte sin intenciones, de la manera más libre posible, en el silencio de los razonamientos porque es allí donde tu alma despierta.
La enfermedad
“La enfermedad, oculta una felicidad invisible para nuestros ojos.”
Esta frase suena paradójica porque esa “falta de firmeza” generalmente provoca dolor; si al dolor se le añade una falta de “asentimiento” y aún más, pretendemos develar –totalmente- el fondo misterioso que la fragilidad del ser tiene entonces nos topamos con el sufrimiento, ese añadido racional. El dolor es inevitable, el sufrimiento una elección.
“Hay un hilo invisible que vincula un sufrimiento actual con un profundo dolor no reconocido”
Leibnitz el optimista pensaba que Dios creó el mejor mundo posible y entendía el mal (la enfermedad) como un defecto del ser, hoy yo podría decir: La enfermedad como OTRA manera de ser, un posicionamiento diferente del ser, un cambio de escenario, un esfuerzo del ser para sostener la Armonía Ontológica.
En mi experiencia, el verdaderamente enfermo acude a su cita con el destino cubierto con un velo de desamparo, en soledad y con una sutil fascinación.
Cualquier enfermo merece mi respeto y mi silencio antes que mi compasión o mis ganas de “actuar”, y confieso predilección por aquellos que –sin dejar de lado su tratamiento- han cubierto su dolor con la belleza del silencio.
Los tres amigos de Job, se sentaron A SU LADO por siete días y siete noches, en silencio porque veían que su dolor era muy grande.
El silencio tiene fuerza.
He podido atestiguar como la enfermedad muchas veces es una lealtad al sistema familiar: a un antecesor con un destino difícil, a un dolor colectivo familiar, a unos padres enfermos, a un niño muerto antes que él, una especie de ofrecimiento sacrificial en honor de la familia...
Es una lealtad amorosa e inconsciente, cuyo resultado es el dolor / enfermedad y una concomitante felicidad ontológica, porque mediante la enfermedad, el enfermo tiene la ilusión (inconsciente del todo) de que renunciando a su vida y a su felicidad conseguirá salvar o asegurar la vida y la felicidad de los miembros de su comunidad, aun cuando estos ya hayan muerto, aun cuando no los haya conocido.
El médico está obligado a ofrecer sus recursos terapéuticos con el fin de curar al enfermo, el terapeuta o mejor dicho, el “acompañante” debe ponerse en consonancia con el destino del paciente, como solicitando un resultado igualmente leal y amoroso, pero menos trágico: siguiendo el discurso de Leibnitz el milagro es posible. El milagro ordinario sería: un asentimiento al destino tal como aparece, serenidad ante la grandeza de la enfermedad; el milagro extraordinario sería: La curación.
En las constelaciones esperamos ambos
El sistema familiar
Ante las graves dificultades decirle a alguien: ¡CONFIA! podría sonar ingenuo. Pero es justo cuando los seres humanos estamos al límite cuando podemos centrar la mirada en el hilo conductor de la vida que portamos.
Tu propia vida viene de muy lejos, a través de tu red familiar. Las grandes líneas de tu vida, las felices y las difíciles, se explican en función de tu red familiar. La solución también vendrá de allí.
Kropotkin propone la cooperación y el altruismo como un factor coadyuvante en la evolución, desenfocando el énfasis Darwiniano en la competitividad de los individuos.
En la experiencia con constelaciones, es la cooperación y el amor lo que lleva a miembros de un sistema a elegir desde lo más inconsciente un lugar de sufrimiento por lealtad al sistema. De esta manera si hubo un excluido por alcohólico, uno de los posteriores lo imitará de manera amorosa.
He visto, por ejemplo, mujeres solas que en lo profundo tienen una lealtad con otras tantas mujeres solas que hubo en su sistema familiar.
Es necesario encontrar el sitio amoroso que hemos elegido y buscar otro sitio igualmente amoroso y leal, pero no trágico.
¿Qué se consigue con una constelación?
Las constelaciones familiares son una terapia grupal orientada a buscar SOLUCIONES en el contexto familiar. Subrayo el hecho de que se trata de buscar soluciones, porque la tendencia natural de un paciente o un consultante es la de buscar el problema más que la solución. Parece ser que hay como un gusto patológico en recrearse en los problemas. Si se mira demasiado el problema se deja de ver la solución.
El primer objetivo consiste en CENTRAR al paciente en lo que realmente necesita, pues muchas veces para evitar el problema principal el paciente se pierde en problemas secundarios. Generalmente consigo centrar al paciente a base de un diálogo respetuoso, directo en el cual impido que me seduzca con su dolor, por el contrario antes que mi compasión le ofrezco mi respeto, a través de la intuición y de la información que me da respecto de su familia; un problema laboral en realidad esconde un conflicto de grupo familiar, un problema de celos es la transmutación de abusos en la infancia, etc. CADA CASO ES UNICO no hay estereotipos para explicar el dolor de los pacientes.
Los pacientes llegan con un anhelo GENUINO de encontrar un “milagro” y a través de testimonios de las familias he podido vivenciar hechos realmente inesperados, que parecen una auténtica intervención divina (o del destino): mujeres que consiguen embarazarse, enfermos graves que curan, adictos que son capaces de transformar la lealtad amorosa de su adicción por una actitud menos destructiva, incluso un par de gemelos con problemas visuales en la retina serios que lograron curarse del todo. Sin embargo, todos esos casos son –por así decirlo- milagros “extraordinarios”, me fío más de los milagros “ordinarios”, es decir cuando conseguimos que los participantes en los talleres ASIENTAN a su realidad tal como aparece, cuando se pone en marcha un proceso en el que poco a poco y día con día se va poniendo ORDEN en nuestra vida, vamos encontrando el SITIO que realmente nos corresponde en el entramado de nuestras relaciones.
Mi experiencia personal me dice que ya con esa CONCORDANCIA se vive el primer atisbo de paz.
Por último, diré que las soluciones no siempre tienen que ser de orden racional. Muchas veces digo que con los pacientes hay que hablar un discurso DIFERENTE del que ellos tienen, porque es evidente que el discurso de ellos NO HA FUNCIONADO de lo contrario no estarían solicitando ayuda.
Suele ser difícil “desprogramar” el discurso FERREO que los pacientes tienen sobre sus problemas, pues algunos de ellos han hecho una maestría –sin saberlo- sobre sus dificultades, es decir, son expertos en su dolor. El trabajo consiste en hacerlos expertos en la solución y repito, muchas veces la solución no es de orden racional.
Es evidente que el discurso racional FUNCIONA, así como la física de NEWTON también funciona, pero ni la razón explica todo, ni la física Newtoniana resuelve todos los enigmas.
Confianza
El trabajo con constelaciones familiares es una invitación a exponerse a algo más grande, sin ánimos de manipular el sistema familiar que nos ha modulado, sin la pretensión inicial de querer cambiar el destino de nadie, simplemente abrir nuestra conciencia para que aparezca una imagen (constelación) que sana.
Las constelaciones son un espacio para encontrar soluciones que no tienen que ver con la razón, de allí que quien quiere “entender” su sufrimiento simplemente añade conocimientos al máster que hace sobre su vida. Las soluciones que encontramos son el resultado de mirar el amor que hay detrás de una vida difícil, y que la mayoría de las veces descubren lealtades a nuestro sistema familiar.
Las soluciones muchas veces simples, simplemente requieren asentimiento a algo más grande; otras veces requieren orden en el sistema familiar, que descubras cual es el sitio que has ocupado hasta ahora –desde el intento amoroso de sanar cosas- y que te ha hecho sufrir, y situarte en donde te corresponde para poder tener una vida digna
Un sabio
“Un sabio es aquel que ha dejado de sufrir”.
El dolor es inevitable pero el sufrimiento es una elección. Dejar de sufrir (tener sabiduría) no siempre es fácil, sin embargo, nos podemos entrenar aguantando la incertidumbre, aceptando el desafío de estar lanzados en este universo con la mínima información consciente.
En las constelaciones se observa cual sitio has elegido en tu sistema familiar, como te has posicionado respecto de tus padres; y se procura de encontrar uno igualmente amoroso pero que te permita una vida digna.
Los asistentes representarán a los miembros de tu familia y a través de ellos podrás: tomar la vida que te ha sido dada a través de tus padres, poner orden a tus relaciones y mediante estos sencillos instrumentos empezar a tener una vida feliz.
Estamos unidos
Los asistentes a las constelaciones suelen sorprenderse gratamente de la facilidad con que se crea un aire familiar e íntimo. El resultado siempre ha sido–después de varios años de experiencia- un ambiente entrañable y cordial.
Sorprende mucho que los asistentes, desconocen detalles de la vida y la familia de los otros asistentes, sin embargo a la hora de representar miembros ausentes –incluso muertos- de la familia de algún asistente, aparecen sentimientos nítidos que corresponden a aquel que se está representando, es decir, si alguien representa a tu madre –que no está presente en el taller- te mirará con los mismos ojos con los que suele mirarte tu madre... incluso si ella ha muerto ya. Es realmente conmovedor.
Los talleres de terapia familiar sistémica con enfoque en las constelaciones familiares, ha tenido como resultado soluciones en donde parecía que no las había. El efecto más inmediato es el aprendizaje a mirar nuestra vida con un enfoque diferente. Todos tenemos una teoría y un razonamiento respecto de nuestra vida y nuestras dificultades, generalmente desconocemos que LAS GRANDES LINEAS DE NUESTRA VIDA son elegidas en lo más profundo de nuestro inconsciente en función de nuestra familia, incluso aunque no hayamos convivido con ellos, aunque estemos separados físicamente, aunque algunos hayan muerto antes de que naciéramos nosotros... aunque ni sepamos de su existencia. Pero es la misma familia, la que tiene los recursos para que encuentres un camino digno, libre y amoroso.
Las constelaciones familiares, dejan en el alma una sensación de unidad, difícil de describir, sólo por eso ya es una gran experiencia asistir.
Nos hacemos adultos
Suelo repetir que “nos hacemos adultos aprendiendo a aguantar la culpa”, y aunque requiere matices, puedo afirmar que los niños tienen el anhelo de permanecer siempre inocentes, de allí que uno de los grandes esfuerzos que hacemos los seres humanos es conservar la inocencia a costa de lo que sea; curiosamente llegamos a hacer maldades con el propósito de defender nuestra inocencia. El diálogo entre inocentes es imposible, entre pecadores nos entendemos bien.
También nos hacemos adultos aguantando la incertidumbre. Cuando pretendemos saber todo, entender todo, entramos en un laberinto que nos puede llevar a la confusión; curiosamente, aguantar en silencio lo que parece difícil de entender o de vivir, nos eleva, nos engrandece, es un pequeño paso a la sabiduría.
Crecemos cuando nuestra esperanza se vuelve una actitud sólida, y abandonamos el mundo de la fantasía. Me suelo preguntar ¿qué necesitas? Y el trabajo colectivo ayuda a que la petición sea con esperanza pero realista. Es bien cierto que a través del trabajo sistémico hemos visto resultados que podríamos calificar como milagro, sin embargo, el mejor milagro que podemos esperar es el asentimiento a la vida tal como aparece, la concordancia con las circunstancias que nos rodean, porque entonces somos humildes y parece que es entonces cuando el destino nos acaricia.
Las constelaciones están hechas para quien está viviendo situaciones difíciles cuya solución escapa a los recursos habituales, y también están hechos para quien tiene interés en convertirse en un adulto con esperanza.
Pertenecemos
Este es el primer derecho y la primera alegría: La pertenencia.
Pertenecemos antes que nada a la familia donde hemos nacido, y con ellos compartimos destino. Pertenecemos a la tierra que nos vio nacer y a los sitios donde hemos crecido.
Pertenecemos a aquellos a quienes hemos amado. También pertenecemos a aquellos con quienes el destino nos ha vinculado: nuestras parejas, con quien hemos tenido hijos, con quien nos hemos topado en un accidente, etc.
Todo lo vivido de manera personal nos pertenece –es evidente- pero también nos pertenece lo vivido por los miembros de nuestra familia, aún cuando ya estén muertos, aún cuando no los hayamos conocido. Es una información –generalmente inconsciente- que llevamos en el ser.
Nos pertenecen las vivencias de todos los sistemas a los que pertenecemos: familia, cultura, raza, religión, país, etc. Y de alguna manera, nuestro posicionamiento vital siempre busca el mejor sitio posible, aunque muchas veces eso conlleve sufrimiento. Así por ejemplo, si varios miembros de nuestros antepasados conocieron el hambre y el miedo; la muerte prematura y la dificultad para tener una vida digna, es comprensible que en el fondo de nuestra alma tengamos el anhelo de aliarnos con ellos, de manera amorosa, es un amor ciego que no sana, enferma.
En los talleres de terapia sistémica se busca el asentimiento a todo lo que pertenecemos como un paso inicial para encontrar una vida libre y digna, indagamos con respeto cual ha sido nuestro posicionamiento inconsciente y amoroso delante de los mitos familiares. Es decir: ¿qué hemos intentado hacer de manera amorosa e inconsciente por nuestra familia, por los miembros de nuestro sistema que han tenido una vida difícil?, etc. Y buscamos una solución que preserve la lealtad y el amor, pero que nos permita una vida digna a nosotros y honre a los miembros de nuestro sistema.
Pertenecer, nos engrandece.
El orden
El Amor, crece y florece dentro de un orden que da a cada miembro de la familia un lugar de dignidad y respeto. Todos somos miembros de una familia y estamos ligados por profundos lazos de amor y lealtad. En muchos casos, este amor y esta lealtad nos llevan a la felicidad, pero también nos pueden traer desdicha y enfermedad.
Somos leales a los mitos familiares, hay una especie de “consonancia” inconsciente, arcaica y amorosa con aquellos miembros de nuestra familia, de nuestro sistema que han tenido una vida difícil, por ejemplo: un niño muerto, un muerto en la guerra, alguien fue expulsado, olvidado, marginado, excluido, etc.
Todos aquellos miembros de nuestra familia que tuvieron un destino difícil encuentran en nuestra vida un eco solidario (inconsciente). Es un amor que enferma.
El trabajo con la terapia sistémica ayuda a reconocer la lealtad que guardas a tu sistema familiar, y como ese amor y esa lealtad han modulado las grandes decisiones de tu vida, y algunas veces han significado una dificultad para encontrar una vida digna.
Llegamos a ese reconocimiento, poniendo representantes para los miembros de la familia. Es un hecho fascinante mirar en ojos de desconocidos a los ojos de los miembros de tu familia.
En la familia está la solución para lo realmente importante de la vida. Sólo es necesario que colocarse en el sitio que te corresponde.
La humildad
La terapia familiar sistémica -trabajando con representantes- es uno de los métodos más eficaces para encontrar el sitio que te pertenece, allí donde puedes tener una vida digna, libre y amorosa.
Los talleres suelen ser intensos en lo emotivo, fascinantes cuando a través de una representación –a las cuales llamamos constelaciones- descubrimos lealtades a nuestro sistema familiar que desconocemos.
Pero sin duda, el aprendizaje trascendente de estos talleres es la humildad, la conciencia de límite. Somos humildes cuando sabemos nuestro límite, y por lo tanto respetamos aquello que está fuera de nuestro alcance, sean personas o conocimientos. Somos humildes cuando sabemos respetar nuestro propio espacio, y sobre todo, somos humildes cuando ponemos Orden en nuestra vida.
Es sorprendente los cambios que puede llegar a tener una vida “ordenando” las relaciones familiares. Cuando los miembros de una familia ocupan el sitio que les corresponde, el alma colectiva permite el flujo de la vida de manera digna y libre.
Se es humilde cuando ocupas el sitio que te corresponde en general en la vida y en particular en los sistemas de relaciones a los que perteneces, cuando consigues ser humilde, también eres feliz.
Lo uno y lo múltiple
El gran misterio que nos envuelve a los seres humanos en la actualidad sigue siendo el mismo del que se ocupaban pueblos de antaño: La relación entre Lo Uno y lo múltiple; la relación de lo eterno con lo que va cambiando; Dios y sus criaturas.
En los talleres de constelaciones acuden personas que tienen serias dificultades para poder vivir una vida digna: problemas de salud, laborales, de relaciones humanas, etc.
A través de las representaciones descubrimos muchas veces la indeclinable lealtad que guardamos con los grandes mitos familiares y descubrimos que nuestras grandes decisiones inconscientes y que modulan nuestra manera de vivir obedecen a una cercanía con lo que ya se ha vivido en nuestra familia, y en la mayoría de los casos, cuando se trabaja con total libertad, cuando nos exponemos de verdad a eso “grande” que no alcanzamos a entender, nos encontramos con la agradable sorpresa de que las personas van encontrando un camino digno para vivir.
Se ha comprobado –mediante este trabajo- que en realidad lo Uno siempre vigila por lo múltiple, de allí me surge la pregunta: ¿deberíamos pedir si somos conscientes de que en el fondo estamos cuidados?
Como frágiles seres que somos, es comprensible que ante un sufrimiento o dificultad, elevemos los ojos al cielo. En los talleres de constelaciones familiares, hemos aprendido a hacerlo y a ejercitarnos en la consciencia de que en el fondo nuestra súplica es un canto.
El fascinante mundo de la pareja
Suelo afirmar de manera irónica que una pareja son dos seres maravillosos que se hacen la vida difícil, en realidad la pareja es una escuela de conocimiento y de humanismo, que a veces se tiñe de romance, de sexo, de economía, etc. Pero básicamente es una escuela para entender al ser humano.
Es evidente que la vida en solitario es mucho más fácil que la vida en pareja, sin embargo, la vida en pareja es más enriquecedora.
A la pareja llevas todo lo que eres, especialmente lo que has recibido de tu familia de origen, de tus padres, y ocurre con frecuencia que a la pareja le pedimos lo que en realidad anhelamos de los padres, de allí la máxima de la terapia familiar que dice: “los problemas de pareja suelen ser en realidad, problemas de familia de origen”, es por eso que muchas veces en las entrevistas con las parejas, les hago escribir sus quejas ("no me escuchas, no me atiendes, no eres cariñosa conmigo, etc.") y luego les pido que las repitan pensando en su madre.
Ocurre con frecuencia que la pareja se ha terminado y ambas partes se resisten a la separación, pareciera que necesitan hacerse daño para justificar la retirada,… ¿cómo saber si hay pareja o no?
Una pareja se sostiene en tres pilares, debe haber al menos dos para sostenerla.
El primero incluye el romance, la pasión, el sexo.
El segundo es la ternura, el cuidado.
El tercero es la admiración.
Cuando no hay una pareja es posible seguir viviendo juntos, pero SABIENDO que no hay pareja. Porque curiosamente en los negocios solemos hacer las cosas correctas: Dialogo, reflexión, decisión y acción. Cuando decidimos que haremos un viaje, no nos subimos -generalmente- al avión inmediatamente después de decidirlo, entre la decisión y la acción hay un paréntesis. En lo relacional en cambio solemos hacer las cosas al revés: Actuamos, luego nos planteamos decidir y queremos dialogar cuando ya es muy difícil.
El amor es una intimidad compartida: hay intimidad intelectual, física, familiar, afectiva, deportiva, etc. El ideal es que la pareja sea la persona con la que compartimos más intimidad que con nadie en el mundo.
Finalmente, a la pareja le podemos decir: “En el mundo hay muchas personas mejores que tu, a ti te digo que sí, porque la alegría de que existas es superior a mis fantasías” Es decir, que se requiere un gesto social, una metáfora fuerte para hacer saber al entorno que estás con una pareja, por supuesto que el gesto social del matrimonio religioso o civil es la metáfora más intensa del compromiso, pero hay otras variantes. No suelo creerme el argumento de "no nos casamos -no hacemos un gesto social de compromiso- porque nuestro amor no necesita papeles", en realidad, la mayoría de las veces el planteamiento que hay detrás -legítimo también- es el siguiente: "Estoy esperando alguien mejor que tu". Se puede estar en pareja sin estar casado, sin haber hecho un gesto social de compromiso, a sabiendas que en el fondo, se espera a alguien mejor.
El amor es el resultado de un equilibrio superior, y en el amor, el peor error sigue siendo NO COMETERLO.
Sanar
Frases como “sanar tu niño interior”, “sanar tu pasado”, “sanar tu alma” están muy en boga en los años recientes, es imposible obtener una verdadera curación si no se vive un proceso terapéutico que incluya los eventos de la infancia del paciente, pero también debe incluir los eventos de su familia aún cuando no haya participado él o ella físicamente, aún cuando no sepa nada al respecto y aún cuando haya ocurrido en generaciones anteriores.
Los talleres de constelaciones son una bella manera de encarar digna y serenamente los eventos pasados personales y familiares. Es realmente sorprendente como se pueden tratar temas difíciles: la locura, las injusticias, los abusos, la muerte, las enfermedades graves, la desgracia en general... todo ello en un contexto de intimidad y respeto; en todos los talleres los participantes nos quedamos con la sensación de haber trabajado con el grupo y para el grupo, de haber tocado temas difíciles y de haberlo hecho con personas que pareciera fueran amigos de toda la vida, aún cuando sea la primera vez que nos vemos. Esto es posible porque en el fondo, los participantes en el taller son representantes de nuestro sistema familiar, y es el permiso de nuestra familia lo que hace posible el ambiente de intimidad, respeto, dignidad y amor, solo en ese contexto se puede conseguir la salud del alma que se manifestará en una vida libre, digna y amorosa.
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