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sexta-feira, 23 de abril de 2010
A MENTE
A MENTE, AQUÍ E AGORA
“O passado é um sonho, o futuro um mistério. Vive!”
Oscar Wilde
A quietude tem muitas dimensões. Uma é o silêncio; é o extremo oposto ao som, é a ausência de som. A segunda dimensão é a ausência de movimento: é o extremo oposto ao movimento. A mente é movimento do mesmo jeito que a mente é som. O som viaja e a mente também. A mente está em movimento constante, nunca permanece quieta. Não podes imaginar uma mente quieta. Não existe uma coisa assim, porque quando há quietude, a mente deixa de existir; quando existe a mente, há movimento.
Qual é então o movimento da mente? Com ele podemos conceber a segunda dimensão da quietude: a ausência de movimento.
Exteriormente sabemos o que o movimento significa: ir dum lugar a outro, dum sitio a outro. De A a B. Se estás em A e vais a B, há tido lugar um movimento. Assim, exteriormente à mente, movimento quer dizer cambiar de lugar no espaço. Se não há espaço, não te podes mover. Necessitas espaço para te mover exteriormente. O movimento interno não é no espaço, senão no tempo. Se não tem tempo não podes deslocar-te interiormente. O tempo é um espaço interior: de um segundo passas a outro segundo, deste dia a outro dia, daqui para lá, de agora a depois, no tempo.
O tempo é o espaço interno. Analisa tua mente e verás que sempre te estás movendo desde o passado ao futuro, desde o futuro ao passado. Ou bem, você vai para lembranças do passado ou te deslocas a desejos no futuro. Quando você vai desde o passado ao futuro ou desde o futuro ao passado, somente então empregas o momento presente, porém só como um meio. O presente, para a mente, não é nada mais que a linha divisória entre passado e futuro. Para a mente o presente não é realmente existencial. Somente é uma linha divisória desde a que podes deslocar-te ao passado ou ao futuro. A mente nunca está no presente porque é incapaz de ir ao presente.
Compreende-lo: você é incapaz de mover-te no presente. No presente não existe o tempo. O presente sempre é um único instante. Nunca estás em dois momentos ao mesmo tempo. Somente se vive um instante. Não podes ir de A a B porque somente existe A. Não tem B.
Entende essa qualidade do tempo no presente: sempre se vive um só instante. Tanto si fosses um mendigo como si fosses um Imperador, da igual. Tu depósito temporal é o mesmo, somente de instante a instante, e não podes mover-te nele. Não há lugar onde mover-se e a mente existe somente se há movimento. Por isso a mente nunca emprega o presente, não pode empregar-lo.
Retrocede ao passado. Aí há muitos lugares aos que podes ir. Existe um grande depósito de lembranças: todo teu passado está aí. Ou também podes ir ao futuro. Podes imaginar-lo porque o futuro é, basicamente, tão só o passado projetado. Tem vivido, tem experimentado muitas coisas. As desejas outra vez ou desejas evitar-las: esse é teu futuro. Amaste a alguém: foi luminoso. Então desejas que se repita, por isso projetas no futuro teu desejo de que se repita.
Estiveste enfermo, sofreste e desejas evitar-lo no futuro, por isso projetas não enfermar de novo. De modo que, teu futuro é tão só um passado que tem projetado e assim podes mover-te no futuro. Porém a mente não se encontra satisfeita com o futuro que pertence a esta vida. Projeta céus, projeta vidas futuras. Não está satisfeita com um pequeno futuro, assim que a mente cria tempo mais além da morte. O passado e o futuro são vastos territórios; podes mover-te com facilidade neles. Com o presente não te podes mover. A ausência de movimento implica estar no presente. Esta é a segunda dimensão da quietude. Se puderes permanecer neste instante, tão só aqui e agora, estarás quieto. Não podes estar de nenhuma outra forma. Não existe nenhuma outra possibilidade mais que estar quieto.
Vive agora, e o movimento se deterá porque a mente se deterá. Não penses no passado e não projetes no futuro. Isto que se te está dando é tudo o que tens. Permanece em isto, contenta-te com isto. Este mesmo instante é o único tempo verdadeiramente existencial; não há nada mais. O passado é somente uma memória. Está somente em tua mente, é pó acumulado, experiências acumuladas. Não há passado na existência, não há futuro na existência. A existência é o presente.
Se o homem não estivera nesta Terra não haveria nem passado nem futuro. As flores floresceriam, desde logo, porém no presente. O Sol sairia, mais no presente. A Terra não saberia nada do passado nem sonharia nada no futuro. Não haveria nem passado nem futuro. O passado está na mente, na memória e devido a esta lembrança é projetado ao futuro. Por isso, geralmente dividimos ao tempo em três partes: passado, presente e futuro, mas na realidade o passado e o futuro não são una parte do tempo. São parte da mente, não partes do tempo. O tempo possui uma única divisão, se é que podes chamar-la divisão, e é a do presente.
O tempo é sempre presente. Essas três divisões não são divisões do tempo. O passado e o futuro pertencem à mente, não ao tempo. Ao tempo somente lhe pertence o presente. Porém então é difícil chamar-lo presente porque, lingüisticamente, para nós o presente é algo entre o passado e o futuro. Refere-se ao passado, se refere ao futuro. Se não houvesse passado nem futuro então a palavra «presente» perderia todo seu significado.
Diz-se que Eckhart afirmou que não há tempo, somente o eterno «agora». Existe um «agora» eterno e um infinito «aqui». Quando digo «aí» somente o digo com referencia ao sitio em que estamos, senão, somente haveria «aqui». Se eu não estivera aqui, que lugar seria o «aqui» e que lugar seria o «aí»? Em referencia a mim mesmo, chamo ao lugar mais perto «aqui», e ao que não está perto o chamo «aí». Onde acaba o «aqui» e onde começa o «aí»? Não podemos delimitar-lo. Na realidade todo é um «aqui», um «aqui» infinito.
É devido à mente que dividimos o tempo. Então, todo o que temos vivido se converte no passado e todo o que esperamos viver se converte no futuro e aquilo que está transcorrendo se converte no presente.
Porém não há mente, somente há um infinito «agora», um eterno «agora». «Aqui, agora», é a realidade. «Aí» e «depois» são partes da mente, não partes da realidade.
O conceber a quietude desde uma segunda dimensão significa fazer um esforço para viver momento a momento. Então estarás em quietude, estarás em silencio. No haverá agitação interior, nem movimento, nem oscilações internas. Todo se haverá convertido num remanso de profundo silencio.
Por que esta mente se desloca ao passado e ao futuro? Buda lhe deu o nome de “tanha” a “trishna”, o desejo. Buda diz que, devido a que tem vivido algo, o desejas de novo. Ao desejar-lo, você vai ao futuro. Não desejes e não haverá futuro. É difícil, porque quando a mente experimenta prazer, anela repetir-lo e quando a mente experimenta desconforto não deseja repetir-lo, deseja evitar-lo. Por isto é natural que se crie o futuro e devido a este futuro nos perdemos o presente.
Estás-me escutando, podes simplesmente escutar-me; então não terás mente. Será uma escuta sem mente. Mas se estás escutando e procurando entender ao mesmo tempo, te haverás ido ao futuro. Se estiveres pensando no que se está falando, tem perdido o que se tem dito: tem ido ao futuro. E o presente é algo tão sutil e delicado e tão pequeno e tão atômico, que podes perder-lo num só instante. Um simples gesto, e te o haverás perdido.
Se estiveres escutando, simplesmente escuta. Não penses no que se te está dizendo, não trates de descobrir o significado, porque não podes fazer duas coisas no presente; escutar é suficiente. E se estás somente escutando, estás no presente e a mesma escuta se converte em meditação.
Mahavira há dito que se tem a capacidade de escutar corretamente não necessitas praticar nada mais. Sendo só um shravak, um que escuta adequadamente, atingirás todo o que pode ser atingido. Simplesmente sendo um shravak, um que escuta corretamente, porque simplesmente escutar não é uma simples escuta, é um grande fenômeno. E uma vez que conheces o segredo, podes aplicar-lo em qualquer situação. Comer se converterá em meditação, caminhar se converterá em meditação, dormir será meditação. Qualquer coisa na que estes nesse momento, sem ir ao futuro, serão meditação.
Porém desconhecemos toda atividade na que estamos no presente. O começamos a pensar no passado ou começamos a pensar no futuro. Perdemo-nos o presente continuamente. Isso implica que a Existência se nos escapa sempre. E isto se converte num processo em cadeia; logo se converte num hábito.
Uma noite Mulla Nasrudin caminhava por uma rua. A rua estava solitária e de repente se deu conta de que uns homens a cavalo, uma espécie de tropa se dirigia a ele. Sua mente começou a trabalhar. Pensou que poderiam ser assaltantes, que poderiam matar-lhe. Ou que poderiam ser soldados do Rei e que poderiam levar-lo para que prestasse o serviço militar ou qualquer outra coisa. Assustou-se e quando os cavalos e o barulho que formavam se lhe acercaram, começou a correr e entrou num cemitério e para poder esconder-se se deitou numa fossa aberta. Ao ver a aquele homem correndo, os ginetes, que eram simples viajantes, se deram conta do que havia sucedido. Correram detrás Mulla Nasrudin e se aproximaram ao tumulo em que estava. Ele estava com os olhos fechados como se estivesse morto. « Que te acontece? Porque te há assustado tanto de repente? Que passa?»
Então Mulla Nasrudin se deu conta de que se havia assustado a se mesmo sem motivo. Abriu seus olhos e diz, «É algo muito complexo, muito complicado. Se insistires em perguntar-me porque estou aqui, os direi. “Estou aqui por vossa culpa e vocês estais aqui pela minha».
É um círculo vicioso. Se tiveres desejos, te irás ao futuro e isto criará um círculo vicioso. Quando esse futuro se converta no presente, de novo te irás ao futuro. Hoje pensarei no amanhã; isto se convertera num hábito. E o amanhã nunca chega. Não pode chegar; é impossível. Quando chega é de novo o hoje e crie o hábito de ir-me sempre desde o hoje ao amanhã.
Por isso quando o amanhã chega, chega como o hoje e logo me vou de novo ao amanhã.
É uma corrente! e quanto mais a elabores, mais eficiente te volverás em completar-la. E o amanhã nunca chega. O que chega sempre é o hoje, e com o hoje você não tens nenhuma relação. Estabeleces um mecanismo: devido a que é hoje, te vai. É um hábito muito forte, não somente desta vida, senão de muitas outras vidas. Um tem que acabar com ele, tem que sair dele. Faças o que faças lembra somente uma coisa: permanece no presente em quanto o estejas fazendo. É difícil, árduo, e não vai a atingir-lo de imediato. Tem de romper um hábito muito arraigado. Vai a ser uma dura luta, mas intentá-lo.
O esforço mesmo criará uma distancia, e pelo mesmo esforço vai a saborear, às vezes, momentos do presente. E uma vez conheças o sabor, estás no caminho.
Porém não conheces o sabor do presente. Não o tem provado nunca, nunca tem vivido nele, nunca! O afirmo. E está sempre aqui. É a vida mesma; é tudo o que há na vida.
Jesus falou que estamos simplesmente mortos, sem vida! Um dia passava junto a um pescador justo à saída do sol. O pescador havia lançado suas redes ao lago e Jesus coloca a mão em seu ombro e lhe diz, « Vai a desperdiçar toda tua vida pescando? Posso te ensinar algo melhor para pescar. Te farei um pescador da vida». El pescador mirou a Jesus como se um imã lhe estivera atraindo, logo jogo sua rede e seguiu a Jesus.
Quando acabavam de sair do povoado alguém se lhes acercou correndo e diz ao pescador, «Teu pai ha morto. Acaba de morrer, assim que volta a casa. Aonde vai?»
O pescador pediu permissão; diz a Jesus, «Deixa-me que vou a casa. Voltarei pronto. “Tenho que enterrar a meu defunto pai».
Jesus lhe diz, «Deixa que os mortos enterrem aos mortos. Não tens por que ir; segue-me. Há muitos cadáveres no povoado. “Eles enterrarão ao defunto».
Para Jesus, estamos mortos porque nunca temos saboreado a vida, nunca temos saboreado o presente, o existencial. Vivemos no morto passado e seguimos projetando este passado já morto no futuro. Isto é ao que Shankara denomina maya, ilusão. Shankara tem sido muito mal entendido. Quando Shankara diz que o mundo inteiro é uma ilusão, quer dizer que o «mundo do homem» é uma ilusão, não o mundo em si mesmo.
Não sabemos nada do mundo. Temos criado nosso próprio mundo mental. Tudo o mundo tem seu próprio mundo, este mundo de passado e de futuro, este mundo de lembranças e desejos. Este mundo é falso, ilusório. Por isso quando Shankara diz que este mundo é falso, se refere a «teu mundo», não ao mundo. E quando «teu mundo» deixe de existir, conhecerás ao verdadeiro mundo. E Shankara diz que este é o Braman, que esta é a Verdade, a Verdade absoluta.
É como se estivéssemos vivendo num mundo de sonhos, cada um estando rodeado de seus próprios sonhos, de uma nuvem de sonhos. Tudo o mundo vai envolvido em seus próprios sonhos. E devido a esses sonhos não podemos ver o que é verdadeiro, o que é real. O real está escondido em nossos sonhos.
Esta mente sonhadora é a mente inquieta; a mente não sonhadora é a mente quieta. Porém os desejos criam sonhos. Sonhas pela noite porque desejas durante o dia. Se não desejaras durante o dia não sonharias pelas noites.
Um Buda não sonha, porque os sonhos são desejos e os desejos são sonhos.
Quando surgem durante o dia as chamas desejos; quando aparecem pela noite, as chamas sonhos. Porém tudo desejo é sonho. Por que? Porque tudo desejo radica no futuro, o qual não existe. Tudo desejo é um desejo futuro que não existe. O futuro não existe!
E seguimos sonhando. Devemos acabar com este sonhar. Este sonhar é um movimento, um movimento continua. Estão lotados de sonhos, sonhos destruídos, acabados, que são de novo recriados. Cada dia tem que tirar os velhos e criar uns novos.
Em qualquer momento, em qualquer atividade, trata de estar aqui e agora.
O esforço mesmo é uma barreira, mas se tem de começar com algo. Ao principio terás que fazer um esforço. Ainda o esforço é uma barreira porque o esforço te lança ao futuro. Porém ao principio um há de esforçar-se, logo num segundo nível você vai fazer um «esforço sem esforço», e logo, no terceiro nível, o esforço desaparece e estás no presente.
Caminhas pela rua: trata simplesmente de caminhar, não faças nada mais. Parece simples, mas não é. Parece que todos o fazemos, não é assim! Quando caminhas, tua mente está fazendo mil cosas mais. Acompanha cada passo. Simplesmente caminha.
NOTA: Desejo aclarar que não sou o autor deste artigo. Ignoro quem o foi, ele me chegou faz tempo e via assim... sem autor... de qualquer jeito me pareceu interessante e o compartilho com vocês. Obrigado!!.
LA MENTE, AQUÍ Y AHORA
La quietud tiene muchas dimensiones. Una es el silencio; es el extremo opuesto al sonido, es la ausencia de sonido. La segunda dimensión es la ausencia de movimiento: es el extremo opuesto al movimiento. La mente es movimiento del mismo modo que la mente es sonido. El sonido viaja y la mente también. La mente está en movimiento constante, nunca permanece quieta. No puedes imaginarte a una mente quieta. No existe una cosa así, porque cuando hay quietud, la mente deja de existir; cuando existe la mente, hay movimiento.
¿Cuál es pues el movimiento de la mente? Con él podemos concebir la segunda dimensión de la quietud: la ausencia de movimiento.
Exteriormente sabemos lo que el movimiento significa: ir de un lugar a otro, de un sitio a otro. De A a B. Si estás en A y te vas a B, ha tenido lugar un movimiento. Así, exteriormente a la mente, movimiento quiere decir cambiar de lugar en el espacio. Si no hay espacio, no te puedes mover. Necesitas espacio para moverte exteriormente. El movimiento interno no es en el espacio, sino en el tiempo. Si no hay tiempo no puedes desplazarte interiormente. El tiempo es un espacio interior: de un segundo pasas a otro segundo, de este día a otro día, de aquí para allá, de ahora a después, en el tiempo.
El tiempo es el espacio interno. Analiza tu mente y verás que siempre te estás moviendo desde el pasado al futuro, desde el futuro al pasado. O bien, te vas hacia recuerdos del pasado o te desplazas a deseos en el futuro. Cuando te vas desde el pasado al futuro o desde el futuro al pasado, solamente entonces empleas el momento presente, pero sólo como un medio. El presente, para la mente, no es nada más que la línea divisoria entre pasado y futuro. Para la mente el presente no es realmente existencial. Solamente es una línea divisoria desde la que puedes desplazarte al pasado o al futuro. La mente nunca está en el presente porque es incapaz de ir al presente.
Compréndelo: eres incapaz de moverte en el presente. En el presente no existe el tiempo. El presente siempre es un único instante. Nunca estás en dos momentos al mismo tiempo. Solamente vives un instante. No puedes ir de A a B porque solamente existe A. No hay B.
Entiende esa cualidad del tiempo en el presente: siempre vives un solo instante. Tanto si eres un mendigo como si eres un emperador, da igual. Tu depósito temporal es el mismo, solamente de instante a instante, y no puedes moverte en él. No hay lugar dónde moverse y la mente existe únicamente si hay movimiento. Por eso la mente nunca emplea el presente, no puede emplearlo.
Retrocede al pasado. Allí hay muchos lugares a los que puedes ir. Existe un gran depósito de recuerdos: todo tu pasado está ahí. O también puede irse al futuro. Puedes imaginártelo porque el futuro es, básicamente, tan sólo el pasado proyectado. Has vivido, has experimentado muchas cosas. Las deseas otra vez o deseas evitarlas: ése es tu futuro. Amaste a alguien: fue hermoso. Entonces deseas que se repita, por eso proyectas en el futuro tu deseo de que se repita.
Estuviste enfermo, sufriste y deseas evitarlo en el futuro, por eso proyectas no enfermar de nuevo. De modo que, tu futuro es tan sólo un pasado que has proyectado y así puedes moverte en el futuro. Pero la mente no se encuentra satisfecha con el futuro que pertenece a esta vida. Proyecta cielos, proyecta vidas futuras. No está satisfecha con un pequeño futuro, así que la mente crea tiempo más allá de la muerte. El pasado y el futuro son vastos territorios; puedes moverte con facilidad en ellos. Con el presente no te puedes mover. La ausencia de movimiento implica estar en el presente. Esa es la segunda dimensión de la quietud. Si puedes permanecer en este instante, tan sólo aquí y ahora, estarás quieto. No puedes estar de ninguna otra forma. No existe ninguna otra posibilidad más que estar quieto.
Vive en el ahora, y el movimiento se detendrá porque la mente se detendrá. No pienses en el pasado y no proyectes en el futuro. Esto que se te está dando es todo lo que tienes. Permanece en ello, conténtate en ello. Este mismo instante es el único tiempo verdaderamente existencial; no hay nada más. El pasado es solamente una memoria. Está solamente en tu mente, es polvo acumulado, experiencias acumuladas. No hay pasado en la existencia, no hay futuro en la existencia. La existencia es el presente.
Si el hombre no estuviera en esta Tierra no habría ni pasado ni futuro. Las flores florecerían, desde luego, pero en el presente. El Sol saldría, pero en el presente. La Tierra no sabría nada del pasado ni soñaría nada en el futuro. No habría ni pasado ni futuro. El pasado está en la mente, en la memoria y debido a este recuerdo es proyectado al futuro. Por eso, generalmente dividimos al tiempo en tres partes: pasado, presente y futuro, pero en realidad el pasado y el futuro no son una parte del tiempo. Son parte de la mente, no partes del tiempo. El tiempo posee una única división, si es que puedes llamarla división, y es la del presente.
El tiempo es siempre presente. Esas tres divisiones no son divisiones del tiempo. El pasado y el futuro pertenecen a la mente, no al tiempo. Al tiempo solamente le pertenece el presente. Pero entonces es difícil llamarlo presente porque, lingüísticamente, para nosotros el presente es algo entre el pasado y el futuro. Se refiere al pasado, se refiere al futuro. Si no hubiera pasado ni futuro entonces la palabra «presente» perdería todo significado.
Se dice que Eckhart dijo que no hay tiempo, solamente el eterno «ahora». Existe un «ahora» eterno y un infinito «aquí». Cuando digo «allí» solamente lo digo en referencia al sitio en que estamos, sino, solamente habría «aquí». Si yo no estuviera aquí, ¿qué lugar sería el «aquí» y qué lugar sería el «allí»? En referencia a mí mismo, llamó al lugar más cercano «aquí», y al que no está cercano lo llamó «allí». ¿Dónde acaba el «aquí» y dónde comienza el «allí»? No podemos delimitarlo. En realidad todo es un «aquí», un «aquí» infinito.
Es debido a la mente que dividimos el tiempo. Entonces, todo lo que hemos vivido se convierte en el pasado y todo lo que esperamos vivir se convierte en el futuro y aquello que está transcurriendo se convierte en el presente.
Pero no hay mente, solamente hay un infinito «ahora», un eterno «ahora». «Aquí, hora», es la realidad. «Allí» y «después» son partes de la mente, no partes de la realidad.
El concebir la quietud desde una segunda dimensión significa hacer un esfuerzo para vivir momento a momento. Entonces estarás en quietud, estarás en silencio. No habrá agitación interior, ni movimiento, ni oscilaciones internas. Todo se habrá convertido en un remanso de profundo silencio.
¿Por qué esta mente se desplaza al pasado y al futuro? Buda le dio el nombre de “tanha” a “trishna”, el deseo. Buda dice que, debido a que has vivido algo, lo deseas de nuevo. Al desearlo, te vas al futuro. No desees y no habrá futuro. Es difícil, porque cuando la mente experimenta placer, anhela repetirlo y cuando la mente experimenta incomodidad no desea repetirla, desea evitarla. Por esto es natural que se cree el futuro y debido a este futuro nos perdemos el presente.
Me estás escuchando, puedes simplemente escucharme; entonces no tendrás mente. Será una escucha sin mente. Pero si estás escuchando y tratando de entender al mismo tiempo, te habrás ido al futuro. Si estás pensando en lo que se te está diciendo, te has perdido lo que se te ha dicho: te has ido al futuro. Y el presente es algo tan sutil y delicado y tan pequeño y tan atómico, que puedes perdértelo en un sólo instante. Un simple gesto, y te lo habrás perdido.
Si estás escuchando, simplemente escucha. No pienses en lo que se te está diciendo, no trates de descubrir el significado, porque no puedes hacer dos cosas en el presente; escuchar es suficiente. Y si estás solamente escuchando, estás en el presente y la misma escucha se convierte en meditación.
Mahavira ha dicho que si eres capaz de escuchar correctamente no necesitas practicar nada más. Siendo sólo un shravak, uno que escucha adecuadamente, lograrás todo lo que puede ser logrado. Simplemente siendo un shravak, uno que escucha correctamente, porque simplemente escuchar no es una simple escucha, es un gran fenómeno. Y una vez que conoces el secreto, puedes aplicarlo en cualquier situación. Comer se convertirá en meditación, caminar se convertirá en meditación, dormir será meditación. Cualquier cosa en la que estés en ese momento, sin irte al futuro, será meditación.
Pero desconocemos toda actividad en la que estamos en el presente. O empezamos a pensar en el pasado o empezamos a pensar en el futuro. Nos perdemos el presente continuamente. Eso implica que la Existencia se nos escapa siempre. Y esto se convierte en un proceso en cadena; luego se convierte en un hábito.
Una noche Mulla Nasrudin caminaba por una calle. La calle estaba solitaria y de repente se dio cuenta de que unos hombres a caballo, una especie de tropa se dirigían hacia él. Su mente comenzó a trabajar. Pensó que podían ser asaltantes, que podían matarle. O que podían ser soldados del rey y que podían llevárselo para que prestara el servicio militar o cualquier otra cosa. Se asustó y cuando los caballos y el ruido que formaban se le acercaron, se puso a correr y entró en un cementerio y para poder esconderse se tumbó en una fosa abierta. Al ver a aquel hombre corriendo, los jinetes, que eran simples viajantes, se dieron cuenta de lo que había sucedido. Corrieron tras Mulla Nasrudin y se acercaron a la tumba en que estaba. El yacía con los ojos cerrados como si estuviera muerto. « ¿Qué te sucede? ¿Por qué te has asustado tanto de repente? ¿Qué pasa?»
Entonces Mulla Nasrudin se dio cuenta de que se había asustado a sí mismo sin motivo. Abrió sus ojos y dijo, «Es algo muy complejo, muy complicado. Si insistís en preguntarme porque estoy aquí, os lo diré. Estoy aquí por vuestra culpa y vosotros estáis aquí por la mía».
Es un círculo vicioso. Si tienes deseos, te irás al futuro y esto creará un círculo vicioso. Cuando ese futuro se convierta en el presente, de nuevo te irás al futuro. Hoy pensaré en el mañana; esto se convertirá en un hábito. Y el mañana nunca llega. No puede llegar; es imposible. Cuando llega es de nuevo el hoy y he creado el hábito de irme siempre desde el hoy al mañana.
Por eso cuando el mañana llega, llega como el hoy y luego me voy de nuevo al mañana.
¡Es una cadena! Y cuanto más la elabores, más eficiente te volverás en completarla. Y el mañana nunca llega. Lo que llega siempre es el hoy, y con el hoy tú no tienes ninguna relación. Estableces un mecanismo: debido a que es hoy, te vas. Es un hábito muy fuerte, no solamente de esta vida, sino de muchas otras vidas. Uno tiene que acabar con él, tiene que salir de él. Hagas lo que hagas recuerda solamente una cosa: permanece en el presente mientras lo estés haciendo. Es difícil, arduo, y no vas a lograrlo de inmediato. Has de romper un hábito muy arraigado. Va a ser una dura lucha, pero inténtalo.
El esfuerzo mismo creará una distancia, y por el mismo esfuerzo vas a saborear, a veces, momentos del presente. Y una vez conozcas el sabor, estás en el camino.
Pero no conoces el sabor del presente. No lo has probado nunca, nunca has vivido en él, ¡nunca!, te lo digo. Y está siempre aquí. Es la vida misma; es todo lo que hay en la vida.
Jesús dijo que estamos simplemente muertos, ¡sin vida! Un día pasaba junto a un pescador justo a la salida del sol. El pescador había lanzado sus redes al lago y Jesús puso la mano en su hombro y le dijo, « ¿Vas a desperdiciar toda tu vida pescando? Puedo enseñarte algo mejor para pescar. Te haré un pescador de la vida». El pescador miró a Jesús como si un imán le estuviera atrayendo, luego tiró su red y siguió a Jesús.
Cuando acababan de salir del pueblo alguien se les acercó corriendo y le dijo al pescador, «Tu padre ha muerto. Acaba de morir, así que vuelve a casa. ¿Adónde vas?»
El pescador pidió permiso; le dijo a Jesús, «Déjame que vaya a casa. Volveré pronto. Tengo que enterrar a mi difunto padre».
Jesús le dijo, «Deja que los muertos entierren a los muertos. No tienes por qué ir; sígueme. Hay muchos cadáveres en el pueblo. Ellos enterrarán al difunto».
Para Jesús, estamos muertos porque nunca hemos saboreado la vida, nunca hemos saboreado el presente, lo existencial. Vivimos en el muerto pasado y seguimos proyectando este pasado ya muerto en el futuro. Esto es a lo que Shankara denomina maya, ilusión. Shankara ha sido muy mal entendido. Cuando Shankara dice que el mundo entero es una ilusión, quiere decir que el «mundo del hombre» es una ilusión, no el mundo en sí.
No sabemos nada del mundo. Hemos creado nuestro propio mundo mental. Todo el mundo tiene su propio mundo, este mundo de pasado y de futuro, este mundo de recuerdos y de deseos. Este mundo es falso, ilusorio. Por eso cuando Shankara dice que este mundo es falso, se refiere a «tu mundo», no al mundo. Y cuando «tu mundo» deje de existir, conocerás al verdadero mundo. Y Shankara dice que éste es el brahmán, que ésa es la Verdad, la Verdad absoluta.
Es como si estuviéramos viviendo en un mundo de sueños, cada uno estando rodeado de sus propios sueños, de una nube de sueños. Todo el mundo va envuelto en sus propios sueños. Y debido a esos sueños no podemos ver lo que es verdadero, lo que es real. Lo real está escondido tras nuestros sueños.
Esta mente soñadora es la mente inquieta; la mente no soñadora es la mente quieta. Pero los deseos crean sueños. Sueñas por la noche porque deseas durante el día. Si no desearas durante el día no soñarías por las noches.
Un Buda no sueña, porque los sueños son deseos y los deseos son sueños.
Cuando surgen durante el día los llamas deseos; cuando aparecen por la noche, los llamas sueños. Pero todo deseo es sueño. ¿Por qué? Porque todo deseo radica en el futuro, el cual no existe. Todo deseo es un deseo futuro que no existe. ¡El futuro no existe!
Y seguimos soñando. Debemos acabar con este soñar. Este soñar es un movimiento, un movimiento continuo. Estás repleto de sueños, sueños destruidos, acabados, que son de nuevo recreados. Cada día hemos de tirar los viejos y crear unos nuevos.
En cualquier momento, en cualquier actividad, trata de estar aquí y ahora.
El esfuerzo mismo es una barrera, pero se ha de empezar con algo. Al principio tendrás que hacer un esfuerzo. Aún el esfuerzo es una barrera porque el esfuerzo te lanza al futuro. Pero al principio uno ha de esforzarse, luego en un segundo nivel uno ha de hacer un «esfuerzo sin esfuerzo», y luego, en el tercer nivel, el esfuerzo desaparece y estás en el presente.
Caminas por la calle: trata simplemente de caminar, no hagas nada más. Parece simple, pero no lo es. Parece que todos lo hacemos, ¡no es así! Cuando caminas, tu mente está haciendo mil cosas más. Acompaña cada paso. Simplemente camina.
NOTA: Quiero aclarar que no soy el autor de este artículo. Ignoro quién lo fue, pues me llegó hace tiempo y venía así... sin autor... de cualquier forma me pareció interesante y lo comparto con ustedes. Gracias."
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