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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

PRODUTIVIDADE E VELOCIDADE DE TRADUÇÃO


Por muito que nos custe reconhecê-lo, a tradução, ademais duma arte, é uma forma de viver. E para isso, tem que produzir, já seja de forma autónoma ou numa empresa. Porém, produzir mais não significa ser bom tradutor, ao menos desde o ponto de vista da qualidade do texto alvo, como bem explica este artigo desde o prisma da programação.
Es normal que se traduzimos rápido cometamos erros que não aconteceriam se fossemos a um ritmo mais devagar, porém desgraçadamente hoje em dia os clientes costumam nos pressionar bastante e não há tempo para comprovar todo como nós gostaríamos. Embora, longe de que isto repercuta consideravelmente na qualidade de nosso texto, o que tem que acarretar é pôr-nos as pilhas e aumentar nossa agilidade mental.

Explico. Durante a carreira de Tradução e Interpretação nos costumam com encargos em grupo que não superam as 1.000 palavras (normalmente perto das 500) e, ainda os textos breves são úteis para usá-los como ferramenta pedagógica para adquirir destrezas de tradução, no último curso o nível de exigência deveria aumentar para que os alunos saibam se enfrentar ao mercado laboral.
De nada serve se perguntar se é melhor dizer «Para saber mais sobre» ou «Para saber mais acerca de» se com isto perdemos tempo (ao menos que o cliente seja Microsoft, que têm uma bonita guia de estilo sobre como se devem traduzir certas expressões).
Ao fim, não significa o mesmo?
Em Tradublog ( www.tradublog.com), por exemplo, faz tempo se comentava que um grupo de estudantes de tradução demorou umas 20 horas em traduzir umas 850 palavras.
Como falei, em aulas introdutórias é normal que se tarde muito tempo trabalhando em grupo, porém, é uma perspectiva pouco realista.
Qual é, então, a velocidade padrão de palavras traduzidas por hora?
É algo, indubitavelmente difícil de explicar e entram em jogo muitas variáveis.
Por exemplo, um tradutor com dois anos de experiência terá muito caminho percorrido e demorará menos em traduzir um texto que um tradutor novel.
Também, um tradutor experto na matéria necessitará se documentar menos que alguém que não seja muito instruído no tema.
Não é preciso nem falar que quanto mais tenhamos traduzido do documento, mais fácil nos resultará —ao menos em princípio— traduzir velozmente dada a maior familiaridade que teremos com o tema do que trate o texto.
Por isso, e em especial se traduzimos em grupo, é importante usar ferramentas de tradução assistida para criar glossários e reaproveitar segmentos já traduzidos.
Pelo que enxerguei, parece que o normal é traduzir de 2.500 a 3.000 palavras diárias com qualidade e boas condições de trabalho, porém se o tema é muito complexo a cifra descende, e seguramente aumente segundo passam os dias, quando se trata dum projeto de grande volume.
Respeito à produtividade, Robinson destaca quatro fatores:
● a velocidade da escrita
● o grau de dificuldade do texto
● as preferencias ou estilo pessoal
● a tensão laboral e o estado mental geral.
Naturalmente, a ordem de importância destes fatores depende de cada indivíduo e do momento de sua vida em particular. Pessoalmente, eu tenho experimentado os efeitos negativos da perda dum ser querido sobre minha capacidade para controlar a qualidade de meu trabalho.
A velocidade e a produtividade não são de máxima prioridade para todos os tradutores. Existem, naturalmente, pessoas que traduzem por prazer, porém, que para seu sustento dependem de sua família, de sua parceira ou de outra profissão (por exemplo, universitária), e que, pelo tanto, traduzem só aqueles textos que lhes gostam.
Para ditas pessoas, sacrificar o prazer de traduzir em troca duma tradução veloz seria quase sacrílego.
Segundo dados que apresenta Robinson, a produtividade dum tradutor professional varia entre 10.000 e 100.000 caracteres diários (normalmente, como padrão, para obter o número de caracteres quando um volumem se expressa em palavras, tem que multiplicar por sete, e para obter o número de páginas dividir esse valor entre 1.500 ou 2.000, segundo se trabalhe para clientes privados ou para editoriais.
Naturalmente, trabalhando com textos técnicos com abundantes repetições, e se utiliza uma memória de tradução que proponha uns 90 % de frases traduzidas, que não requeiram a modificação de mais duma ou duas palavras, a tradução de 100.000 caracteres diários não é impossível, embora resulte uma labor embrutecedora e sumamente cansativa.
Por outra parte, a exercitação mental do tradutor pode incrementar muitíssimo a velocidade, tal como Robinson explica muito bem nesta passagem:
Quanto mais se traduze, quanto mais se transitam os caminhos sinápticos cerebrais desde a língua de origem à de destino, de modo que a tradução de certas estruturas da língua original começam a funcionar como uma macro do computador: zip! a equivalência na língua receptora praticamente pula dos dedos à tela. (Robinson 1997: 37-38)
Para adquirir uma boa velocidade de tradução, o importante é se encontrar a gosto no local de trabalho e mecanizar certos processos.
Por exemplo, há quem gosta de trabalhar com música e fazendo breves descansos, em tanto que outros se concentram muito melhor sem nenhum tipo de ruído.
Embora, cuidado! parece que alguns estúdios demostram que é melhor se concentrar numa tarefa e não envolver várias em pouco tempo.
Em resumo, há que traduzir rápido, porém, sim que isso afete em excesso à qualidade. Por isso, prima otimizar o tempo que você passa frente ao computador.
Se desejam mais informação sobre o tema, o Vade-mécum do tradutor de Ricardo Lozano Vademécum del traductor: http://www.rlozano.com/blog-2-c%EF%BF%BDmo-aumentar-la-productividad expõe uma série de conselhos úteis para aumentar a produtividade, e o professor Ricardo Muñoz discute num artigo a velocidade idónea para traduzir a cavalo entre a Universidade e o mercado laboral.

FONTE: http://algomasquetraducir.com/2007/08/06/productividad-y-velocidad-de-traduccion/PUBLICADO EL 06-08-2007 POR PABLO MUÑOZ SÁNCHEZ

BIBLIOGRAFIA
CANETTI ELIAS Die gerettete Zunge. - Die Fackel im Ohr. - Das Augenspiel, München, Carl Hanser Verlag, 1995, ISBN 3-446-18062-1.
CANETTI ELIAS The Tongue Set Free. Remembrance of a European Childhood, traducido por Joachim Neugroschel en The Memoirs of Elias Canetti, New York, Farrar, Straus and Giroux, 1999, ISBN 0-374-19950-7, p. 1-286.
CANETTI ELIAS Historia de una vida. Traducciones de Genoveva Dieterich, Juan José del Solar y Andrés Sánchez Pascual. Galaxia Gutenberg - Círculo de Lectores, 2002.
ROBINSON DOUGLAS Becoming a Translator. An Accelerated Course, London and New York, Routledge, 1997, ISBN 0-415-14861-8

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